O desembargador Gilberto Giraldelli, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desempata em sessão de quinta-feira (13) ação que pode cassar o deputado Federal Neri Geller. A retomada do julgamento foi confirmada por Giraldelli ao Olhar Jurídico. Até o momento três membros da Corte votaram pela extinção do processo e outros três rejeitaram a preliminar.
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Geller é acusado de realizar doações ilegais para 11 concorrentes ao cargo de deputado estadual em 2018. Jackson Coutinho, Sebastião Monteiro e Gilberto Lopes Bussiki acataram preliminar pela extinção. Segundo o grupo, os nomes beneficiados por doações de Geller, entre eles Wilson Santos, Eliseu Nascimento, Ondanir Bortolini (Nininho), Faissal Calil e Romoaldo Junior, deveriam constar como parte do processo.
Em sessão anterior, o relator, Sebastião Barbosa, votou para rejeitar a preliminar e foi acompanhado por Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza e Bruno D’Oliveira Marques.
Caberá ao presidente do TRE, Gilberto Giraldelli, proferir o voto final, desempatando o caso.
Ação
O Ministério Público requereu a procedência da ação, com a cassação do diploma, além da declaração de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 anos subsequentes ao pleito de 2018.
A Procurador Regional Eleitoral afirma que Geller realizou doações, no total de R$ 1,327 milhão, em favor de 11 candidatos, todos concorrentes ao cargo de deputado estadual, dos quais quatro foram eleitos. As doações extrapolaram o valor que poderia ter sido doado, desequilibrando o processo eleitoral, caracterizando o chamado "mercantilismo eleitoral".
Acusação afirma que os quatro eleitos figuraram dentre os maiores beneficiários das doações, cuja média atingiu R$ 180 mil para os candidatos, sendo que em três casos o requerido figura como a maior fonte de receita eleitoral.
Os eleitos que receberam doações de Geller foram Wilson Santos, Eliseu Nascimento, Ondanir Bortolini (Nininho) e Faissal Calil. Romoaldo Junior, suplente que já foi convocado para atuar na presente legislatura, também foi beneficiado.
O Ministério Público entende que Geller pretendeu tornar-se decisivo, por força de sua capacidade econômica, promovendo grandes doações, demonstrando assim, uma relação muito “íntima e perigosa” com outros candidatos.