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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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discurso de ódio

Ministério Público instaura procedimento para apurar declarações homofóbicas de padre

Foto: Reprodução

Ministério Público instaura procedimento para apurar declarações homofóbicas de padre
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) instaurou procedimento investigatório para apurar declarações homofóbicas feitas durante missa pelo padre da Igreja Católica no município de Tapurah (451 Km de Cuiabá), Paulo Antônio Muller. Objetivo é colher os subsídios necessários para adoção de medida judicial cabível.

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"O Ministério Público Estadual, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos e Diversidades, repudia qualquer tipo de discurso de ódio. Reitera que as declarações efetuadas pelo padre extrapolaram a liberdade religiosa e que podem até mesmo resultar na propositura de medidas extrajudiciais, de ação civil pública por dano moral coletivo causado à sociedade, bem como ação penal, por eventual crime cometido", diz trecho de nota divulgada. 

O padre fez comentários homofóbicos no último domingo (13), enquanto celebrava a missa em uma transmissão online no Facebook. Na ocasião, ele chamou Erick Rianelli, assim como seu marido, Pedro Figueiredo, ambos jornalistas da TV Globo, de “viadinho”, devido à declaração feita pelo repórter ao companheiro no Dia dos Namorados (12), enquanto encerrava a edição do RJTV.

Durante a Pastoral da Família, o padre, além das ofensas, também criticou a união homoafetiva, que, segundo ele, estaria em desacordo com os dogmas religiosos. No discurso feito aos devotos, ele ainda utilizou trechos da bíblia para justificar a fala homofóbica.

“Pega a Bíblia e olha o Livro Gênesis: Deus criou o homem e a mulher. Isso que é casamento. Que chame a união de dois viados e de duas lésbicas de qualquer coisa, mas não de casamento, por favor. Isso é falta de respeito para com Deus (sic). Isso é sacrilégio, é blasfêmia. Casamento é coisa bonita e digna. O sentimento do amor é entre homem e mulher, marido e mulher”, disse o padre.

A manifestação ocorreu um dia depois da declaração feita por Erick no noticiário da TV fluminense, onde o repórter desejou um feliz Dia dos Namorados para o marido.  “Meu amor, meu marido, eu te amo, feliz Dia dos Namorados para a gente e para todos os casais apaixonados que estão nos assistindo, que todos tenham um dia dos namorados maravilhoso”, disse o jornalista ao vivo para o marido, Pedro Figueiredo. 

Em outro momento, da fala, o pároco também chamou o casal de “ridículo” e pediu para que os católicos não apoiassem uniões como a do casal. “Por favor, que esta não seja a sua cabecinha também, tá? Nem do seu filho, nem da sua filha”.
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