Olhar Jurídico

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Civil

transferida via UTI

Idosa que caiu e fraturou fêmur em casa realiza cirurgia após ação da Defensoria Pública

Foto: Reprodução

Idosa que caiu e fraturou fêmur em casa realiza cirurgia após ação da Defensoria Pública
Após ação da Defensoria Pública de Mato Grosso, Lourdes Moreno de Souza, 67 anos, que mora em Nova Mutum (242 km de Cuiabá), tem pressão alta e sofreu uma fratura no fêmur após uma queda em casa no dia 11 de julho, foi transferida via UTI móvel para o Hospital Regional de Sinop no dia 20 e realizou a cirurgia ortopédica, com sucesso, no dia 22.

Leia também 
Desembargador manda notificar em SP promotor acusado de vazar interceptações


A aposentada apresentava um quadro de fratura do fêmur proximal direito e necessitava urgentemente de uma cirurgia ortopédica em um hospital de referência equipado com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com suporte em cardiologia, por conta do alto risco de um problema cardiovascular.

Segundo os autos do processo, também havia risco elevado de tromboembolismo pulmonar e pneumonia devido ao longo tempo acamada, uma vez que a paciente convive há oito anos com sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC).

“Levamos ela ao hospital em Nova Mutum e foi constatado que era um caso cirúrgico. O médico de imediato já orientou que procurássemos a Defensoria porque já tinha uma senhora com o mesmo caso dela no hospital aguardando para fazer a cirurgia há dias”, relatou Mônica Cristina Moreno de Souza, 36 anos, filha da idosa.

Com isso, a família procurou o Núcleo de Nova Mutum da Defensoria Pública durante o plantão de segunda-feira (12) – todo o atendimento foi feito via WhatsApp. No mesmo dia, o defensor público João Vicente Leal ingressou na Justiça com o pedido de tutela provisória de urgência, solicitando a realização da cirurgia ortopédica em um hospital de referência com suporte de UTI pós-operatória com retaguarda em cardiologia.

Porém, apesar da urgência do caso, por se tratar de uma idosa com sequelas de um AVC e pressão alta, a decisão judicial não saiu imediatamente. E mais, a Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) não liberava uma vaga para dona Lourdes. “As vagas de UTI ficaram mais escassas por razões óbvias, por conta da pandemia”, explicou Leal.

Dessa forma, teve início a batalha, que infelizmente é comum para familiares de pessoas que dependem do sistema público de saúde em Mato Grosso, de busca por orçamentos do procedimento em hospitais particulares para agilizar o processo ou até mesmo pleitear o bloqueio das verbas do Estado para custear o tratamento.

“A cirurgia era R$ 15 mil. Se precisasse de UTI, era de R$ 5 a 6 mil a diária, depende de quantos dias ia precisar, e o transporte era R$ 5 mil. Consegui um orçamento de Sinop e outro de Tangará da Serra. A gente não teria condição de arcar com tudo isso”, contou Mônica.

Felizmente, a decisão judicial saiu no dia 15. O juiz Cássio Leite de Barros Netto determinou que “o Estado de Mato Grosso providencie o transporte a Autora Lourdes Moreno de Souza e de um acompanhante para qualquer unidade de saúde vinculada ou credenciada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no ESTADO DE MATO GROSSO OU OUTRO ESTADO DA FEDERAÇÃO, imediatamente, disponibilizando urgentemente o tratamento necessário, bem como intervenção cirúrgica e medicamentos (TFD), além de vaga em Unidade de Tratamento Intensivo – UTI”.

Além disso, a decisão judicial consignou que todo gasto com exames, procedimentos, consultas, tratamentos, passagens de ida e volta para a paciente e sua acompanhante, ajuda de custo com alimentação e hospedagem enquanto durar o tratamento, também deveria ser custeado pelo Estado.

“Mantive contato com a filha dela. Enquanto eu não tivesse certeza de que a assistida estava dentro de um hospital, não desliguei o celular do plantão. Tudo vale a pena quando conseguimos alcançar o nosso objetivo”, pontuou o defensor público.

Em decorrência do estado clínico da paciente, a decisão judicial ressaltou ser imprescindível a presença de um acompanhante – no caso, a filha de Lourdes. Assim, as duas foram para Sinop por meio de uma UTI móvel no dia 20, chegando ao Hospital Regional por volta das 19h30.

“Internaram ela em uma sala de observação. No outro dia, o médico atendeu ela, pediu todos os exames. A cirurgia foi na quinta-feira (22) de manhã. Deu tudo certo, graças a Deus. Ela poderia ficar de 24 a 48 horas de recuperação, mas não precisou. Ficou poucas horas lá só para estabilizar mesmo e já foi para a enfermaria”, narrou a filha.

Dona Lourdes teve alta na sexta-feira passada (23), à tarde, quando voltou com a filha para Nova Mutum. “O médico fez os exames, viu que estava bem e liberou. Preferiu para não deixar muito tempo por conta da pandemia”, descreveu Mônica.

Já em casa, a idosa está tomando antibióticos e fazendo curativos na recuperação pós-cirúrgica. “Enquanto ela estava esperando aqui, formou uma bolha nas nádegas. Não chega a ser uma escara, mas se não cuidar pode progredir. O pessoal aqui do posto de saúde está acompanhando também, o médico e a enfermeira vieram avaliar ela. Está se recuperando bem”, disse a filha, muito mais aliviada.

“A Defensoria Pública me ajudou muito, foi muito prestativa. Foi tudo mão de Deus”, agradeceu Mônica, que passa o dia todo cuidando da mãe.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet