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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Criminal

caso TONI FLOR

MP diz que acusada de planejar morte de marido é responsável pelo sofrimento das filhas e se manifesta contra liberdade

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

MP diz que acusada de planejar morte de marido é responsável pelo sofrimento das filhas e se manifesta contra liberdade
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) se manifestou de forma contrária ao pedido de revogação da prisão preventiva, ou de sua conversão em prisão domiciliar, formulado por Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor, acusada de planejar a execução do próprio marido, Toni Flor. A citação sobre três filhas do casal não gerou parecer favorável. Segundo os autos, foi decisão de Ana Cláudia que gerou sofrimento aos menores.

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Segundo os autos, a maneira como o crime foi planejado e friamente executado evidencia a gravidade in concreto do crime. Por todo o arcabouço probatório já amealhado, o MPE salienta que a única responsável pelo sofrimento das filhas é a própria Ana Cláudia, “que planejou e pagou pelo homicídio do genitor das crianças, privando-as, para sempre, do convívio paterno”.
 
“Mesmo sabendo das consequências psicológicas devastadoras que a precoce orfandade traria às filhas, ANA CLÁUDIA escolheu dar andamento no seu macabro intento homicida”, afirma trecho do parecer assinado pelo promotor Samuel Frungilo.
 
Conforme o MPE, além da gravidade, a prisão preventiva é necessária para o resguardo da instrução criminal. Os fatos são contemporâneos. O órgão explicou também que a conversão da prisão preventiva em domiciliar não é permitida quando o crime é cometido com violência ou grave ameaça.
 
“Ante o exposto, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso manifesta -se contrariamente ao pedido de revogação da prisão preventiva ou de sua conversão em prisão domiciliar”.
 
O pedido

A ré argumenta que não tem antecedentes criminais, não atentará contra a ordem pública e não perturbará a instrução criminal. Ana Cláudia assinala ainda que é mãe de três crianças. Pedido é pela revogação da prisão preventiva e, subsidiariamente, substituição por medidas cautelares ou prisão domiciliar.
 
Segundo defesa, a prisão é desnecessária. A “defendente se trata de uma mulher de bem e trabalhadora, mãe de 3 filhas menores, filha única que auxilia na subsistência de sua mãe (arrimo de família), bem como jamais ameaçou e muito menos constrangeu nenhuma testemunha”. Conforme informado, as três filhas da acusada têm 10, 9 e 5 anos.
 
Ainda segundo a defesa, a requerente não pretende de nenhuma forma perturbar ou dificultar a busca da verdade real, no desenvolvimento processual. O pedido principal é para que seja revogada imediatamente a presente Prisão Preventiva.
 
Caso necessário, advogado cita a possibilidade de aplicação de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. Como terceira via, Ana Cláudia argumenta que prisão preventiva pode ser convertida em prisão domiciliar.
 
O caso

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso ofereceu denúncia contra Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, por homicídio qualificado praticado contra o seu próprio esposo, Toni da Silva Flor.
 
Além dela, também foram denunciados pelo mesmo crime Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva. A denúncia inclui ainda Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva, que responde por falso testemunho, após ter feito afirmação falsa no âmbito do inquérito policial.
 
Consta na denúncia, que no dia 1º de agosto do ano passado, por volta das 7h, em frente a uma academia, a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo efetuados por Igor Espinosa, a mando de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor. Para a concretização do crime, a esposa teria sido auxiliada por Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva.
 
De acordo com a investigação, Toni da Silva Flor e Ana Claudia de Souza Oliveira Flor estavam casados há 15 anos, tendo inclusive três filhas. O casamento, no entanto, vinha se deteriorando, notadamente por conta de relacionamentos extraconjugais da acusada. Alguns dias antes de ser morto, Toni teria anunciado a intenção de se separar.
 
Durante a investigação, foi constatado que o crime foi encomendado mediante oferta de pagamento no valor R$ 60 mil, mas a esposa teria repassado somente R$ 20 mil. Verificou-se também que o executor gastou todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro. Consta nos autos, que os detalhes do crime foram discutidos em reunião virtual via WhatsApp.
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