Olhar Jurídico

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Criminal

Operação Colusão

Na PF, Possas nega sobrepreço em licitações e afirma que não teme ser preso

01 Out 2021 - 10:55

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Rogério Florentino

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Na PF, Possas nega sobrepreço em licitações e afirma que não teme ser preso
Ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Possas de Carvalho negou nesta sexta-feira (1º) a existência de sobrepreço em licitações durante a pandemia. A afirmação, em entrevista concedida na sede da Polícia Federal (PF), ocorreu um dia após cumprimento de mandados na Operação Colusão. O ex-gestor negou ainda que seja sócio de empresas envolvidas nas supostas irregularidades e salientou que não tem receio de ser preso. "Não temo, não fiz nada errado".

Leia também 
STF nega provimento a recurso contra decisão que cassou Selma Arruda

 
“Eu não tenho dúvida, nenhum problema, de vir esclarecer. No primeiro inquérito que me afastou do cargo, eu levei os documentos para poder demostrar, chegou até a polícia, delegado, falar que eu estava levando prova contra mim. Não é contra mim, é a favor da verdade. Não tenho receio nenhum de responder toda as indicações do Ministério Público Federa. Estou sereno, não fiz nada errado. Ao contrário, eu consegui fazer muita coisa para Cuiabá, por exemplo, o HMC, hospital de referência, a UPA verdão, 22 unidades de saúde reformadas. Estou tranquilo, sereno”, disse Possa.
 
A Operação Colusão visou desarticular esquema voltado à prática de crimes contra a administração pública, por meio de fraudes em processos licitatórios realizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Os processos investigados referem-se à aquisição de materiais de consumo hospitalar e equipamentos de proteção individual (EPIs) para suprir as necessidades da rede municipal de saúde na prevenção e combate ao contágio pelo coronavírus. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 7ª Vara Federal da Seção Judiciária de Mato Grosso, nas cidades de Cuiabá e Nova Canaã do Norte.


 
Possas afirmou em entrevista coletiva que ainda não teve o tempo necessário para examinar o inquérito. O ex-secretário, porém, negou qualquer crime. “Eu recebi cópia do inquérito ontem, às 18h, na minha casa. No telefone não dá para abrir e ler 1600 e poucas páginas. Tem que ser no computador. Eu só tenho computador no escritório. Mediante isso, eu não tenho acesso 100% de tudo. A tranquilidade de todos esses produtos que foram comprados, foi em uma época muito ruim. Uma época em que se estava no auge da pandemia. Alguma coisa, dentro do limite máximo de preço, pode ter acontecido. Mas tem explicação técnica, tem tudo. Não há sobrepreço”.
 
Segundo informações da Policia Federal, foram constatadas diversas irregularidades, como inobservância das formalidades pertinentes à dispensa de licitação, direcionamento do procedimento à contratação de empresa específica, elevação arbitrária de preços. Além de indevido fracionamento das compras a fim de possibilitar que os produtos fossem adquiridos mediante dispensa de licitação e a não entrega de medicamentos adquiridos e pagos pelo poder público.




Foi constatado, ainda, que uma empresa fantasma emitiu orçamento em um dos processos de compra, supostamente para dar aparência de legalidade ao procedimento, e recebeu vultosa quantia diretamente da principal empresa investigada (mais de R$ 1 milhão). Igualmente, verificou-se que a empresa realizou pagamentos mensais a um servidor público da área da saúde do Município de Cuiabá/MT, sem nenhum motivo idôneo conhecido. 
 
Como exemplo das alterações de preço na pandemia, Possas citou negociações por respiradores. “Não compramos respiradores, esperamos ganhar do Ministério da Saúde. Respiradores custavam R$ 34 mil e foram vendidos por R$ 120 mil. Com certeza eu estaria aqui, prestando esclarecimentos”.
 
O ex-secretário negou ainda que seja sócio de empresa envolvida na suposta fraude. “Eu só tenho uma empresa, que é minha, de advocacia, há 20 anos. Eu sobrevivi dela até hoje. Não tenho sócia. Tenho uma funcionária que é minha financeira. Ela que faz os pagamentos”.
 

 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet