A Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) indicou o término da internação de Lumar Costa da Silva, após a equipe multidisciplinar do hospital Adauto Botelho sugerir, em junho, sua alta hospitalar. Ele foi absolvido impropriamente por ter matado e arrancado o coração da tia, em 2019.
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Segundo informado pelo programa Balanço Geral, perícia foi assinada pelo médico legista Pedro Henrique Balata, que destacou que, mesmo não existindo indicação de que a periculosidade de Lumar possa ter cessado, também não há mais sinais de que ele deve ser mantido internado no Adauto.
Em maio desse ano, relatório multidisciplinar de equipe do Adauto já havia indicado a alta hospitalar, mas a Justiça pediu uma perícia, anexada ao processo de execução penal, por ordem do juiz Geraldo Fidelis.
“Deve-se manter o periciado em regime tratamento ambulatorial intensivo no Caps, acompanhado por equipe multiprofissional com médico psiquiatra, supervisionado por responsável legal. Além de enviar ao juízo, relatórios clínicos regulares sobre evolução psiquiátrica do periciado”, relatou Balata no documento, segundo o Balanço Geral.
Maria Zélia da Silva Cosmos, 55 anos, foi morta e teve seu coração arrancado no dia dois de julho de 2019, no bairro Vila Bela, em Sorriso (420 quilômetros de Cuiabá). O acusado de cometer o crime é seu próprio sobrinho, Lumar Costa da Silva, 28 anos. Além disto, o suspeito ainda tentou sequestrar uma menina de sete anos, mas acabou impedido por vizinhos.
Em 2022, a Justiça proferiu sentença de absolvição imprópria em face de Lumar, sendo determinada sua internação em hospital para tratamento psiquiátrico. Na ocasião, perito constatou que ele, no momento do crime, estava psicótico, totalmente controlado pelos seus delírios e alucinações causados pela doença mental.
No final de maio, a equipe do CIAPS do hospital Adauto Botelho emitiu um relatório apontando que Lumar estaria apto para receber alta hospitalar, sugerindo a conversão da medida de segurança em regime ambulatorial, sendo apontada como local seguro a Rede de Apoio Psicossocial – RAPS do Sistema Único de saúde, do município de Campinas, onde reside seu pai.
Lumar foi submetido à internação psiquiátrica no Adauto Botelho, em outubro do ano passado, porém, em período anterior, desde julho de 2019, permaneceu recolhido em unidade prisional, ou seja, preso há quase cinco anos.
Ele aguarda concessão de pedido de transferência para São Paulo, onde poderia ficar sob observação de parentes próximos.