Justiça Estadual publicou no dia 10 de dezembro o edital de convocação para assembleia-geral de credores em recuperação judicial do Grupo RM, com valor de causa estabelecido em R$ 86 milhões. A assembleia ocorrerá nos dias 22 e 29 de janeiro de 2025.
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Segundo os autos, a ordem do dia versará sobre aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pela devedora.
Segundo os autos, a história do Grupo RM começou através de Matilde Maria da Mota Soares e de seu esposo, na década de 70. Deram inicial à atividade rural como negociantes de gado, atividade a qual, a partir de 1980, passou a contar com o envolvimento dos filhos Ricardo Mota e Romes da Mota.
A família de origem mineira fixou moradia no estado de Goiás, onde conseguiu adquirir a primeira propriedade rural.
Os negócios da família perduraram crescendo e se desenvolvendo por anos, assim como o contínuo cuidado e investimentos no negócio. Ocorre que, infelizmente, após o Plano Cruzado, entre os anos de 80 e 90, houve uma grave retirada do dinheiro de circulação, tendo por consequência uma crise sem precedentes e uma intensa diminuição no valor do gado, terra e imóveis.
Apesar dos esforços, não tiveram êxito em sair da ciranda financeira, sobretudo pelos efeitos da deflação, somado ao total desinteresse dos investidores externos por conta dos juros exorbitantes que afligiram a economia naquele período, desaguando na perda patrimonial da família, que, pela paralisação da atividade rural, teve de se desfazer de grande parte de seus bens, entre fazendas, casas e carros.
Em decorrência disso, mudaram-se para o Estado do Mato Grosso a fim de buscar novas oportunidades, passando por Cuiabá em um primeiro momento, até a formação e a mudança de seus filhos Ricardo Mota e Romes da Mota Soares, para a região nordeste de Mato Grosso.
A atividade do grupo se encontrava estável e em pleno crescimento, até que, em 2021, a família sofreu uma dura perda para o câncer, que culminou no falecimento de Romes da Mota, filho de Matilde, irmão de Ricardo. A partir de então, o Grupo RM passou a viver dias difíceis e viu seu endividamento multiplicar em poucos meses.
A recuperação judicial foi deferida em agosto de 2023.