Investigação da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) aponta que
José Márcio da Silva Cunha - um dos alvos da Operação Perfídia, deflagrada nesta quinta-feira (29) - teria atuado como intermediário entre a empresa HB 20 Construções EIRELI e os vereadores Francisco Carlos Amorim Silveira, o Chico 2000 (PL), e Joelson Fernandes do Amaral, o Sargento Joelson (PSB). O mediador, segundo a equipe investigativa, teria recebido um valor via pix no valor de R$ 150 mil e repassados aos parlamentares. A propina também teria sido recebida em espécie.
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A informação consta da decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que autorizou a ação policial. Segundo a magistrada, o inquérito policial foi instaurado com base em denúncia feita pelo então deputado federal e atual prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL). A acusação trata de um suposto esquema de corrupção envolvendo a empresa e os vereadores.
A empresa é responsável por obras de drenagem e pavimentação da Avenida Contorno Leste, e teria repassado um total de R$ 250 mil a título de propina, conforme a investigação. Parte desse valor — R$ 150 mil — foi transferida diretamente para a conta de José Márcio. A quantia restante teria sido entregue em espécie ao vereador Joelson, de acordo com os autos.
O operador da movimentação financeira seria João Jorge Souza Catalan Mesquita, funcionário da construtora, que teria articulado o envio dos recursos com o objetivo de garantir o apoio dos parlamentares na tramitação e aprovação de uma certidão de parcelamento fiscal. Essa medida permitiria à Prefeitura quitar débitos com a HB 20 e, assim, liberar pagamentos referentes às obras já realizadas.
A juíza Edna Ederli justificou a necessidade da operação em razão da complexidade do caso e dos indícios de uma possível “contraprestação ilícita” envolvendo agentes públicos e interesses privados. A Operação Perfídia cumpriu mandados de busca e apreensão e afastou os dois vereadores envolvidos do exercício do mandato por decisão judicial.