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Terça-feira, 11 de novembro de 2025

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CRISE NO CAMPO

Família proprietária de 5 mil hectares entra em recuperação para renegociar R$ 71 milhões em dívidas

Foto: Reprodução / Ilustração

Família proprietária de 5 mil hectares entra em recuperação para renegociar R$ 71 milhões em dívidas
Proprietário de mais de 5 mil hectares de terras em Mato Grosso, distribuídos entre quatro fazendas, o clã familiar Velke, composto por produtores rurais, entrou em recuperação judicial para renegociar R$ 71 milhões em dívidas. Em decisão proferida na última quinta-feira (18), o juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, autorizou a medida ao Grupo.


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A família Velke é dona das fazendas Três Estados em Campo Novo do Parecis, e São Pedro, Pitaya e Vale do Rio Sangue, em Nova Maringá, que, somadas, possuem 5.546 hectares de plantio.

À Justiça, narrou que sua crise começou a partir de fatores alheios à sua gestão, destacando a incidência de eventos climáticos extremos, como inundações e estiagens prolongadas, a ocorrência de acidente agronômico causado por deriva de defensivo agrícola proveniente de propriedade vizinha, que causou a destruição de cerca de 920 hectares de milho pipoca na Fazenda Três Estado.

Além disso, o inadimplemento contratual por parte de empresa compradora de sua produção, a SambaFoods, que deve R$ 10 milhões da produção de milho pipoca da safrinha de 2024, além de embargos ambientais supervenientes que comprometeram a exploração de área arrendada. Soma-se a isso a dificuldade de acesso a crédito rural, a elevação de encargos financeiros atrelados à variação cambial e a deterioração do fluxo de caixa, ocasionando inadimplemento forçado e restrição severa de liquidez.

Hoje com 50 funcionários, o grupo pontuou que desenvolvem suas atividades de forma interligada, com compartilhamento de estrutura administrativa, operacional e financeira, existência de garantias cruzadas, credores comuns e atuação coordenada no exercício da atividade produtiva.

Pediu, portanto, o processamento da recuperação judicial com a suspensão das ações e execuções em curso, o parcelamento das custas judiciais iniciais e, sucessivamente, a nomeação de administrador judicial, para viabilizar a continuidade das atividades a partir da renegociação de R$ 71.177.194,96 em dívidas.

Em decisão publicada na última quinta-feira (18), o juiz constatou que o grupo cumpre todos os requisitos aptos a ensejar a recuperação e, por isso, deferiu o pedido. Desta forma, “blindou” o patrimônio dos Velke das ações de execução por parte dos credores por 180 dias, impedindo  o arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens, e deu dois meses para elaboração de um plano de recuperação.
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