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Notícias / Criminal

Rowles relata ameaça durante cumprimento de mandado, mas prisão é mantida; Borgato segue no CCC

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Audiência de custódia na Justiça Federal manteve prisões preventivas em face do empresário Rowles Magalhães e do ex-secretário de Estado, Nilton Borgato, alvos de Operação Descobrimento, que combate  tráfico internacional de drogas. Rowles está detido na Polícia Federal em São Paulo. Borgato está no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

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Durante audiência, Rowles afirmou que estava na casa da filha, em São Paulo, quando preso. O suspeito, que mora em Cuiabá, permanecia  na capital paulista para confraternização do feriado de Páscoa. Rowles salientou ainda que foi impedido de ligar para seu advogado no momento do cumprimento do mandado, sofrendo ameaça de que seria algemado. Empresário relatou que tem uma filha de 11 anos, dependente financeira.
 
Ao contrário de Rowles, Borgato relatou que teve seus direitos respeitados durante cumprimento do mandado. Salientou que tem um filho de sete anos e duas filhas, uma de 11 e outra de 17 anos.  
 
As duas prisões foram mantidas em audiência de custódia.

 A operação

Nilton Borgato, vulgo índio, é contador, ex-prefeito de Glória D’Oeste e ex-Secretário de Ciências e Tecnologia do Estado de Mato Grosso, atuou, juntamente com Rowles, no comércio de produtos da COVID-19, como respiradores, máscaras e testes. Segundo a PF, em conluio com outras pessoas, também atuou diretamente no tráfico de internacional de entorpecentes.
 
Segundo a PF, Rowles Magalhães possui dupla nacionalidade (brasileira e portuguesa), o que facilita o seu trabalho na organização criminosa. Ele organizaria, juntamente com Ricardo Agostinho, os voos internacionais do Brasil à Europa para o tráfico de entorpecentes.

As investigações da Operação Descobrimento tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
 
A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
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