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Acusado de encomendar morte de Zampieri, coronel do Exército cita estado de saúde debilitado e pede domiciliar

Da Redação - Pedro Coutinho

Denunciado por ser um dos mandantes do assassinato de Roberto Zampieri, advogado morto a tiros em dezembro do ano passado, na capital, o coronel do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas está pedindo à 12ª Vara Criminal de Cuiabá a substituição da sua prisão preventiva por domiciliar. O argumento é que ele está com a saúde debilitada por doenças graves. Defesa do coronel também citou que o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, também suspeito de encomendar a execução, foi beneficiado por medidas cautelares diversas da prisão.

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O argumento dos advogados de Caçadini é que sua saúde está debilitada, o que justificaria a domiciliar: ele acabou de realizar procedimento de cateterismo; portador de doença renal; idade avançada, 68 anos; está com suspeita de câncer de próstata; já teve dois cânceres anteriormente; e toda sua equipe médica que lhe acompanha há anos é de Belo Horizonte.

Também anotou no pedido que o comandante do 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, onde Caçadini está preso, informou que seu quadro clínico é frágil, e que necessita de tratamento adequado em unidade médica com estrutura capacitada para tal.

Sobre a quebra de isonomia, para além da saúde de Caçadini, que inclusive está sofrendo com danos psiquiátricos, a defesa apontou que o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, também suspeito de encomendar a execução, foi beneficiado por medidas cautelares diversas da prisão no dia 11 de março.

“Para além desses sensíveis problemas de saúde que acometem o idoso Etevaldo, apenas a título de ad argumentandum tantum, verifica-se, sob um outro prisma, que houve tratamento diverso com aquele que seria, em tese, o 'mandante' do crime ora processado, na medida em que, considerando seu 'quadro renal' e a 'realização de cateterismo', foi posto em liberdade mediante utilização de medidas cautelares diversas – fator que demonstra patente quebra de isonomia”, argumentou.

O Núcleo de Defesa da Vida do Ministério Público do Estado de Mato Grosso denunciou em fevereiro Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas por homicídio triplamente qualificado do advogado Roberto Zampieri.
 
De acordo com a peça, o crime foi cometido mediante paga e promessa de recompensa, com recurso que dificultou a defesa da vítima e emprego de arma de uso restrito. O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com disparos de arma de fogo em dezembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde, próximo ao escritório dele.

O pedido ainda não foi julgado pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, que decidiu manter a tramitação da ação.
 
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