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Notícias / Criminal

Recusa em falar com Cabrini e inadimplência levaram 'advogado ostentação' a renunciar defesa do autor da chacina de Sinop

Da Redação - Pedro Coutinho

Recusa de conceder entrevista ao jornalista Roberto Cabrini e inadimplência no pagamento dos honorários advocatícios levaram o advogado Marcos Vinícius Borges renunciar a defesa de Edgar Ricardo de Oliveira, autor da chacina que ceifou a vida de sete pessoas, inclusive uma menina de 12 anos, em Sinop. Procurado pela reportagem, Marcos Vinícius preferiu não se manifestar. Nos autos, ele apenas alegou que a renúncia se deu por motivos de foro íntimo.

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O Olhar Jurídico apurou, então, que duas razões interferiram diretamente na abdicação de Marcos: Edgar não cumpriu com o pagamento dos honorários, sendo que duas parcelas estavam previstas para serem quitadas em junho, mês que o réu será submetido ao Tribunal do Júri; e porquê Edgar se recusou, por duas vezes, conceder entrevista ao jornalista Roberto Cabrini.

Segundo fontes revelaram à reportagem, Cabrini foi duas vezes na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, para tentar a entrevista, mas o próprio Edgar recusou. A manifestação do réu em rede nacional seria indispensável para a defesa conseguir, pelo menos, derrubar várias qualificadoras no momento do júri.

Marcos já havia expressado em suas redes sociais a importância da entrevista com Cabrini, visto que entendia pertinente para defesa que o Brasil também visse a versão do réu antes do julgamento pelo júri. Inclusive, havia questões que seriam reveladas na conversa, que não ocorreu. A ausência dessa entrevista, portanto, prejudicou as estratégias defensivas, culminando na renúncia.

Marcos Vinícius Borges e a advogada Elizandra Mariano Mattia deixaram de representar a defesa de Edgar Ricardo de Oliveira nesta segunda-feira (3). Em 22 de maio, o réu foi cientificado da renúncia e não resolveu contratar novos advogados. Com isso, será representado pela Defensoria Pública no júri marcado para o dia 18 de junho.

O crime bárbaro ocorreu em 21 de fevereiro de 2023, em um bar de sinuca no município de Sinop, motivado pela derrota no bilhar. De acordo com o Ministério Público, Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro e perdeu cerca de R$ 4 mil.

No período da tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e chamou uma das vítimas para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente.
 
Após o novo revés, Edgar jogou o taco sobre a mesa e verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar. Sete pessoas foram mortas, incluindo a menina de 12 anos, que foi alvejada covardemente pelas costas por Edgar, que acabou preso. Ezequias morreu em confronto com a polícia.
 
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