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Nova desembargadora ascende ao TJ em momento duplamente histórico: lista exclusiva de mulheres e afastamento de magistrados

Da Redação - Pedro Coutinho

Destaque por 8 anos na Vara Especializada em Recuperação Judicial, a nova desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Anglizey Solivan de Oliveira, empossada oficialmente nesta terça-feira (20), destacou a importância histórica de ter ascendido ao cargo em uma disputa composta exclusivamente por mulheres. Outra marca, porém, também se faz presente na Corte Estadual: o afastamento de dois magistrados por suspeita de venda de sentenças. Para Anglizey, tudo será esclarecido em breve.

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“É um momento único, extremamente emocionante, porque eu acendi o tribunal por uma lista exclusiva de mulheres que foi cumprindo uma determinação do CNJ, a vaga foi destinada exclusivamente às mulheres. Então é um momento histórico importantíssimo, porque é mais um passo em direção à igualdade entre homens e mulheres”, disse ao Olhar Jurídico.

Indagada se a atuação de destaque frente à Vara de Recuperação Judicial poderia ter interferido na sua escolha, unânime, pelos demais pares para adentrar ao desembargo, Anglizey foi enfática ao lembrar que, ao longo destes 8 anos, ela cumpriu oportunidades acadêmicas e profissionais, de modo que se consolidou profissionalmente a ponto de ser reconhecida ao cargo máximo da Justiça Mato-grossense.

“A minha atuação frente a esses processos transcorreu ao longo de 8 anos. O aumento do número de pedidos é um efeito da reforma da lei que tornou mais acessível o pedido de recuperação judicial, até eu diria mais compreensível por toda a sociedade. Com certeza, atuando na Vara, tive mais oportunidades acadêmicas e profissionais, participei de eventos extremamente importantes e tudo isso foi consolidando e me direcionando, formando a magistrada que eu sou hoje”, completou.

No início do mês, a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou  o afastamento cautelar imediato dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, por suspeita de venda de sentenças.

Questionada se a imagem da Corte estaria manchada por isso, uma vez que o último caso de corrupção que resultou no afastamento de magistrados foi no fatídico “Escândalo da Maçonaria”, há mais de 10 anos, Solivan foi sucinta e se limitou a dizer que em breve tudo será esclarecido.

“Eu acho que o Judiciário de Mato Grosso tem uma história muito longa e de muito trabalho prestado ao povo de Mato Grosso e eu tenho certeza que em breve tudo será esclarecido”, finalizou.

A desembargadora recém-empossada ocupará a vaga deixada pelo desembargador Luiz Carlos da Costa, falecido em maio deste ano. E no momento, o quadro de magistrados de 2º Grau do TJMT está completo, com os 39 magistrados em exercício: 12 desembargadoras e 27 desembargadores.

Anglizey Solivan de Oliveira nasceu em 06 de dezembro de 1965, em Tapira (PR). É filha de Gercino Soares de Oliveira e Maria Salete de Oliveira. Ingressou na magistratura em julho de 1998, como juíza substituta. Em julho de 2000, foi nomeada para exercer o cargo de juíza de Direito na Comarca de Colíder, Juscimeira, Jaciara, Cáceres, Itiquira, Rondonópolis, Várzea Grande e Cuiabá.  
 
Na Comarca de Várzea Grande, atuou na 3ª Vara Cível; na 1ª e 2ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Várzea Grande; na Vara Especializada da Infância e Juventude de Várzea Grande; e na 2ª e 3ª Vara Especializada de Família e Sucessões de Várzea Grande.
 
Até a eleição, atuava como juíza titular da 1ª Vara Cível de Cuiabá e, cumulativamente, no Núcleo de Justiça Digital de Execuções Fiscais de Cuiabá. Ela também era juíza titular da Vara Regional e Especializada em Falência e Recuperação Judicial de Cuiabá, e compunha o Grupo de Trabalho instituído para contribuir com a modernização e efetividade da atuação do Poder Judiciário nos processos de recuperação judicial e de falência.
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