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Mixto e Mário Zeferino têm contas bloqueadas para pagar dívidas de R$ 1milhão

Da Redação - Katiana Pereira e Wesley Santiago

 A Justiça do Trabalho bloqueou as contas bancárias do Mixto Esporte Clube e da empresa MS Promoções, Eventos e Produções Ltda., do empresário Mário Zeferino. A equipe cuiabana tem aproximadamente R$ 1 milhão em dívidas com ex-jogadores e outros profissionais que atuaram na equipe em outras funções. O débito se refere a ações que já estão na fase de execução.

A decisão com data de sexta-feira (9) é da juíza Laiz Alcântara Pereira, do Núcleo de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho. Da conta do Mixto deve ser retirado o valor de R$ 631.381,28. O bloqueio referente ao empresário o valor é de R$ 535.560,16.

Juiz determina que renda do jogo entre Mixto e Santos seja utilizada para pagar dívida trabalhistas

No mês passado, conforme divulgado pelo Olhar Jurídico, o juiz Paulo Roberto Brescovici, determinou que toda a renda líquida do jogo entre Mixto e Santos, cerca de R$ 663 mil, fosse depositado em uma conta judicial para sanar dívidas trabalhistas do clube.

À época, o empresário Mario Zeferino explicou ao Olhar Jurídico que: “o valor que caberia ao Mixto é o que será repassado para esta conta. As pessoas que trabalharam com o evento não têm nada a ver com isso. A dívida é do clube. Todas as despesas serão pagas e o que tiver de ser transferido, será”. Mário ainda fez questão de ressaltar que o débito não pertence a empresa.

No entanto, conforme a decisão da magistrada, o bloqueio das contas foi a medida tomada pela Justiça do Trabalho devido a irregularidades, na prestação de contas da partida realizada entre o clube cuiabano e o paulista. Segundo a decisão, Zeferino estaria impedindo a disponibilização da verba, que deve ser revertida para pagar as dívidas trabalhistas.

A reportagem do Olhar Jurídico consultou o Boletim Financeiro da partida no site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para saber qual foi a renda do jogo. O documento de nº 051/2014, mostra que a renda bruta do evento foi de R$ 748.760,00 enquanto a liquida – já descontadas as despesas – foi de R$ 662.782,26.

Porém, o valor da venda dos camarotes não consta no boletim. Vale lembrar que a empresa fica com uma porcentagem da venda dos ingressos como pagamento pelo trabalho realizado. O caso de ‘sequestro’ da renda de um jogo não é novidade no Mixto, que já acumulou diversas dívidas durante os anos. Uma parte do lucro obtido em um amistoso realizado contra o Corinthians em 2008, também teve de ser repassado a um ex-atleta.

Decisão arbitrária

O presidente do Mixto Esporte Clube, Eder Moraes, e o empresário Mario Zeferino avaliaram ao Olhar Jurídico como “arbitrária e descabida” a decisão da juíza Laiz Alcântara Pereira. “Acho que uma arbitrariedade sem fim. Nosso grupo de advogados já está analisando a situação e se necessário for iremos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Confio na Justiça do trabalho e ainda mais nas instâncias superiores e iremos reverter essa decisão”, salientou Moraes.

O cartola garantiu ainda que toda a prestação de contas entre o jogo da Copa do Brasil – Mixto e Santos – foi toda entregue de forma detalhada. Além disso, Moraes admite que a prioridade atual do clube é colocar a casa em ordem e manter a folha de pagamentos em dia. “Será que a magistrada quer que paguemos os passivos trabalhistas para entrar em outra dívida ao deixar de pagar os salários? È cobrir um santo e descobrir outro”, ironizou.

Zeferino afirmou que ainda não tomou conhecimento formal sobre a decisão, mas está aguardado a análise dos advogados para fazer um pronunciamento oficial. No entanto, o empresário comentou que foi pego de surpresa. “As dívidas não são minhas, são do clube [Mixto]. Não tenho nada com isso”, revelou.

Atualizada às 18h05

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