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Mahon cita deslealdade no mercado atual e aconselha sobre "busca da estabilidade"

Da Redação - Flávia Borges

 Eduardo Mahon, renomado advogado de Mato Grosso, avalia o mercado de trabalho e o ensino oferecido pelos cursos de Direito no Estado. Nesta terça-feira (11) é comemorado o Dia do Advogado.

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Para ele, há uma deslealdade quanto ao profissional recém-formado e os advogados que já atuam. “Quando eu me formei, era um entusiasta da advocacia. Eu me formei com 20 anos. No mercado, havia pouquíssimos criminalistas. Então, era um rapaz muito novo, que começou a dar aulas de processo penal. O mercado era muito pequeno, pouquíssima oferta de mão de obra especializada na área criminal, então as coisas funcionaram. E o mercado era fácil, era aberto”.

Ele explica que no início de sua carreira, a “disputa” era entre dois advogados. “Você competia de banca para banca, de escritório para escritório. Hoje essa competição mudou de figura porque o advogado que começa está competindo com consórcios. Quando se forma o consórcio, se carteliza o mercado. Numa grande contenda, era o advogado X contra o advogado Y. Agora é o advogado X contra uma banca formada por cinco escritórios. Isso para mim é uma coisa muito esdrúxula”, diz o advogado.

Mahon avalia que esse tipo de movimento prejudica os profissionais em início de carreira. “Alguma coisa está acontecendo que induza a formação desses confrontos. Curiosamente, os políticos, empresários que são presos hoje estão sendo defendidos por um consórcio de advogados. Em casos grandes, os escritórios estão se interligando. É um movimento que achata a possibilidade do profissional que é novo se capitalizar. Porque é lógico que são chances muito boas de um profissional brilhar, se capitalizar, montar um escritório. Esse movimento eu não via quando eu comecei”, diz.

O advogado aconselha os recém-formados a avaliarem a possibilidade de prestar concursos públicos. “O que eu diria para um jovem hoje? Pense bem, porque a conquista da estabilidade, que era uma coisa de menor importância para quem queria se lançar no mercado aberto, hoje tem que ser redimensionada. O mercado não está mais aberto. Então, ganhar R$ 15 mil, R$ 20 mil, pode ser um grande negócio para as pessoas que estão começando. Continuo sendo defensor da advocacia, mas com sérias restrições com relação ao futuro do mercado livre”.
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