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Congresso deve prestar informações sobre lei que interfere em atividades do Ministério Público

Agência Câmara

Congresso deve prestar informações ao Supremo sobre lei que determina prioridade de investigação às recomendações de CPIs. A lei (10.001/2000) foi questionada pela Procuradoria Geral da República. A relatora da ação, ministra Carmem Lúcia, pediu informações ao presidente do Congresso, no prazo de 30 dias.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, alega na Ação Direta de Inconstitucionalidade que a lei é uma forma de controle das atividades do Ministério Público, que só podem ser estabelecida por lei complementar de autoria do próprio procurador. Na Câmara, líderes criticaram a ação.

Mendonça Filho, do Democratas, afirma que as CPIs têm por determinação constitucional a responsabilidade de atuação judicial e poder de investigação pleno:

"Essa atribuição não é uma missão dada pelo Legislativo por si só e sim pelo poder constituinte originário que garantiu essa responsabilidade às comissões parlamentares de inquérito. Então, acredito que o Supremo Tribunal Federal referendará essa posição, essa norma constitucional que faz com que o Congresso tenha essa grande responsabilidade."

O vice-líder do governo Hugo Leal viu com surpresa o questionamento a uma lei há 15 anos em vigor:

"O trabalho das CPIs é complementar ao trabalho do Ministério Público, não é conflitante. O que se pede na lei é que uma vez investigados esses fatos se tenha a consolidação desse trabalho como prioritário também no Ministério Público. É óbvio que estamos vivendo outra realidade no país, 15 anos depois, porém, nada justifica o questionamento da constitucionalidade de um propósito desse."

O presidente do Congresso deve se pronunciar sobre a ação até o mês que vem. Na sequência, será concedida vista ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República, sucessivamente, para manifestação, no prazo máximo de 15 dias cada um.
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