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Acusado de corrupção, Bosaipo afirma que ações por desvios na AL fazem parte de projeto político de Taques

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O ex-deputado estadual e Conselheiro Afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Humberto Bosaipo esclareceu, nesta quarta-feira (26), parte de sua estratégia de defesa em duas ações por desvios de dinheiro público na Assembleia Legislativa de Mato Grosso: segundo o ex-parlamentar, os trâmites jurídicos foram iniciados como parte de uma guerra política para uma suposta tomada de poder encabeçada pelo ex-procurador da República e atual governador Pedro Taques (PSDB). Um procedimento de investigação criminal pedido por Taques, em 2001, teria desencadeado os processos.

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“Essas questões, eu estou no meio desse jogo político aí que o resultado você esta vendo agora. Estão todos no poder”, respondeu Bosaipo à juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, após fazer referência ao governador de MT. O Conselheiro afastado exerceu o cargo de presidente da Casa de Leis, entre 1999 e 2002, sendo acompanhado por José Geraldo Riva como primeiro secretário. Até o momento da aposentadoria política de Riva, em 2015, uma rixa declarada rondava as relações com Taques.

Quando questionado pelo advogado (defesa) Ronaldo Farias sobre o contexto da época da investigação encabeçada por Taques, como procurador, ocasionando uma apreensão de documentos, Bosaipo mostrou com clareza sua opinião sobre ser vítima de uma ação pensada. “O contexto era político, hoje nós estamos vendo isso muito claramente. Quem está no poder? Atropelaram esse procedimento delitivo. Eu fiquei no meio desse fogo cruzado e quando eu percebi isso, eu saí”.

No início da instrução processual, o assessor jurídico contratado pelo Conselheiro afastado foi Paulo Taques, primo do atual chefe do Executivo mato-grossense. A escolha, segundo o réu, corresponderia a um erro. Uma “prova” exposta por Bosaipo, endossando o suposto jogo político, seria o cargo de secretário chefe da Casa Civil ocupado pelo advogado.

Pedro Taques inaugurou tarefas como procurador do Ministério Público Federal em 1995. Dentre as ações marcantes do então procurador da República estão as investigações que levaram a prisão do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, na operação nominada “Arca de Noé”.

Humberto Bosaipo foi ouvido nesta quarta-feira pela suposta utilização de empresa fantasma Ed-Maluco Reparos e Serviços LTDA para desvirtuar R$ 1,9 milhão dos cofres públicos. A oitiva também foi arrolado no processo sobre a empresa MT Nazareth ME, sobre utilização nebulosa de R$ 2.254.642.09. O ex-deputado Hermínio Barreto fez parte da audiência.

Segundo o MPE, Humberto Bosaipo, recorria, frequentemente, à Confiança Factoring (propriedade de João Arcanjo Ribeiro), emprestando dinheiro e, em troca, para garantir a quitação das referidas operações (empréstimos), entregava cheques destinados à empresas de fachada emitidos contra a conta corrente da Assembléia Legislativa.

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