A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, participou nesta segunda-feira (28) da homenagem da OAB ao Dia Internacional da Mulher, cerimônia que marcou a proclamação de 2016 como o Ano da Mulher Advogada.

A ministra proferiu a palestra “Igualdade de Gênero: Mulher Advogada e Cidadania”. “A questão do princípio da igualdade é substancial na sociedade brasileira. Não há quaisquer duvidas de que continuam havendo grandes preconceitos contra a mulher. Diante disso, não somente a norma mudou como a Constituição Federal realçou o aspecto de que homem e mulher são iguais. Quanto mais se vê um quadro real de discriminação, mais há de se adotar providências para superá-lo”, apontou.

Enquanto advogada, Cármen Lúcia lembrou que a Ordem surgiu em 1930, mas até 1970 nenhuma mulher havia ocupado funções de direção. “Somos maioria nos quadros da advocacia e mesmo assim precisamos passar por situações espúrias diante de magistrados, que, muitas vezes, nos perguntam se vamos advogar sozinhas, se necessitamos de auxílio. Ou seja, basta ser mulher para ter sua capacidade questionada. O direito não opera o milagre para que se goste de ver uma mulher advogando, mas obriga todos a respeitarem”, cravou.

Campanha

A magistrada também lançou a campanha Justiça pela Paz em Casa e lamentou o fato de o Brasil sempre ocupar altas posições no ranking mundial de violência contra a mulher.

“A violência ou a paz não param na porta de casa. Uma criança que nasce e cresce em um lar violento tende fortemente a levar isso para a rua, para sua vida adulta. A Justiça vai aplicar a lei, mas não vai instalar a paz no sentido concreto e real. A atuação prática deve se dar para igualar homens e mulheres na sociedade, indo muito além da teoria. Não nos esqueçamos de que o homem que agride a mulher é um ser infeliz”, previu.

Ao fim de sua apresentação, foi exibido um vídeo que mostrou a atuação das mulheres no âmbito do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ao longo da história.