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Promotor se afasta de inquérito que investiga extorsões na gestão Silval

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O promotor de Justiça Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança, decidiu por pedir afastamento do inquérito que investiga a cobrança de extorsão no contrato firmado pelo governo de Mato Grosso, gestão Silval Barbosa (PMDB), e a empresa Consignun.

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O inquérito foi instaurado pelo próprio Zaque, no dia 6 de abril de 2016, após informações reveladas pela Operação Sodoma, que investiga um esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Silval Barbosa. O novo promotor designado para o caso, segundo informações do Ministério Público, é Roberto Aparecido Turin.

Mauro Zaque exerceu a função de secretário de Segurança no atual governo, comandado por Pedro Taques (PSDB). A permanência do promotor nas investigações poderia gerar desgastes, visto que os fatos denunciados podem ter ligação com a administração vigente.

“Após reunião com colegas que presidem outras investigações acerca de fatos conexos, nas esferas cível e criminal, que já estão em fase mais avançada e, após exaustiva análise dos fatos ora denunciados no presente inquérito, constatou-se que estes, em tese, ocorreram sob o manto da atual administração”, diz trecho do despacho que comunicou afastamento.

A empresa Consignum, propriedade de Wilians Paulo Mischur, atua na gestão de margem de empréstimos consignados para servidores públicos.

Mischur afirmou, em depoimento na Sodoma, que teria sido obrigado a pagar pelo menos R$ 500 mil por mês, durante aproximadamente três anos, para garantir a manutenção do seu contrato. Alguns dos encontros para tratar dos pagamentos ocorreram, conforme relatado, sob forte tensão.

Em consequência da Operação, diversos membros do antigo governo foram presos. Barbosa e os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi seguem cumprindo detenção preventiva no Centro de Custódia da Capital.

O contrato da Consignun com o governo do Estado se encerrou no último dia 9 de maio.

"Assim, como ocupei o cargo de Secretário Estadual de Segurança Pública durante o ano de 2015, integrando a equipe do atual governo, não há como, ao menos por enquanto, se sentir confortável em presidir investigação de tamanha envergadura que, fatalmente, independente do resultado, conduzirá a certeira suspeição prejudicando sobremaneira o objeto do presente inquérito civil", finalizou Mauro Zaque, no documento.

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