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Gaeco afirma que Permínio Pinto é o "comandante do exército criminoso" investigado na Seduc

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

O ex-secretário de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), Permínio Pinto Filho, é o “comandante do exército criminoso” da “Rêmora”. A afirmação é do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE). A categórica afirmação consta da denúncia formulada pelo órgão, acatada pela magistrada da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda no dia 15 deste mês e cumprida na última quarta-feira (20), pela “Operação Locus Delicti’. O órgão vai adiante: garante que somente a prisão do ex-secretário tucano poderá parar a corrupção estabelecida no seio do Estado.

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O ex-secretário de Estado Permínio Pinto gerenciou a pasta da educação de janeiro de 2015 a maio de 2016. Ele teve sua prisão preventiva cumprida por supostamente possuir participação ativa no esquema de fraudes na Seduc, envolvendo obras que somam total de R$ 53 milhões. Após ser preso, o ex-gestor foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) onde foi submetido a exames e levado para o Centro de Custódia de Cuiabá onde chegou por volta de 16h50. Lá se encontra no momento.

Para o Gaeco, não há duvidas: os réus da “Operação Rêmora”, que hoje cumprem prisão preventiva no CCC, Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis, Moisés Dias da Silva e Giovani Belatto Guizardi “são meras extensões” de Permínio Pinto. Principalmente Guizardi, que teria sido empossado das necessárias prerrogativas de "secretário de fato" para exercer seu papel dentro da organização criminosa, uma vez que, segundo o Gaeco, Permínio é quem seria o verdadeiro “cérebro do corpo criminoso”. E explica: aquele que, secretamente, toma as decisões e direciona ordens em reuniões reservadas.

Assim, resume a denúncia que “nenhum passo é dado pelo grupo criminoso sem a aprovação e o comando dado por Permínio Pinto Filho, de modo que a atividade da organização criminosa somente poderá cessar com o desligamento do cérebro, ou seja, prisão de Permínio”, consta da denúncia.

Ainda sobre os réus, diz que “embora desempenhem atividades estratégicas, são (peças) fungíveis, pois o comandante do exército criminoso – Permínio Pinto Filho - tem ao seu dispor outros soldados para cumprirem as funções outrora desempenhadas pelas peças retiradas do jogo”.

Por isso, prender empresários, servidores e funcionários envolvidos no esquema, seria, segundo o Gaeco, “simples substituição das marionetes” da organização criminosa, que continuará a executar as ordens de do ex-secretário "que solto continuará a ter encontros secretos com outras pessoas, quiçá outros servidores públicos da Seduc para seguir traçando as diretivas da atuação sempre cuidadosa do organismo delituoso”.

Adiante, reitera: prender Permínio “é a única medida capaz de impedir a perpetuação da corrupção, já que somente assim se poderá neutralizar o comando da organização criminosa”, pede o Gaeco.

Entenda o Caso:

O esquema de corrupção desnudado até o momento envolve três agentes públicos: Fábio Frigeri, Moisés Dias da Silva, além de Wander Luiz. O empresário Giovani, segundo o MPE, era o responsável por gerenciar o esquema e receber as propinas. Para o MPE, Permínio possui participação ativa nas fraudes.

A investigação aponta que o esquema possuía pelo menos 23 empresários e pelo menos 20 obras foram fraudadas durante a ação do cartel. O esquema de propina envolvia pagamentos de percentuais em obras que variavam entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões
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