Imprimir

Notícias / Criminal

Ao Gaeco, ex-secretário de obras nega conhecer empresários envolvidos em esquema de R$ 56 milhões

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

O ex-secretário adjunto de Obras Públicas da Secretaria de Cidades (Secid), Jean Martins e Silva Nunes, prestou esclarecimentos ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na tarde desta terça-feira (26). A oitiva compõe uma rodada de depoimentos colhidos pelo órgão investigador realizada esta semana. Ao sair da sede do Gaeco, Jean Nunes falou com Olhar Jurídico e disse só ter sido chamado para oitiva por ter assinado seu nome na entrada do edifício Avant Garden, apontado como o QG do esquema da “Rêmora”.

Leia mais:
À véspera de interrogatório de Permínio, Gaeco ouve empresário e ex-secretário da Seduc sobre esquema

“A empresa que trabalho (Estrada) tem uma sala no Edifício Avant Garden Business e a gente está reformando aquela sala e eu sempre compareço lá, meu nome consta naquela lista de acesso ao prédio e o MPE me chamou para explicar. Eu nunca tive reunião com empresário nenhum. Eu conheço o Luiz Fernando, conheço vários empresários. Nunca tive contato com o Guizardi, pois minha área quando trabalhei no governo sempre foi obras civis, edificações e o Giovanni trabalha na área de pavimentação, então nunca tivemos contato governo-empresa”, explica Jean Martins, ao Olhar Jurídico

As investigações do Gaeco versam sobre um esquema de fraudes na Seduc em obras que somadas chegam a R$ 56 milhões. O mais recente escândalo envolvendo o caso foi a prisão, no dia 20 de julho, do ex-secretário da pasta, Permínio Pinto Filho, acusado de ser o “cérebro” do esquema.

Segundo investigações, o ex-secretário tucano, por meio do empresário Giovani Guizardi, teriam alugado uma sala comercial no edifício Avant Garden, em frente a trincheira do Bairro Santa Rosa, exclusivamente para que a Organização Criminosa se reunisse para deliberar e acertar contas acerca dos crimes praticados em prejuízo do Estado de Mato Grosso.

O Gaeco explica que após a deflagração da primeira fase da referida operação debruçou-se acerca dos elementos colhidos no cumprimento dos mandados de busca e apreensão e demais provas coletadas no sentido de elucidar toda a cadeia delitiva, em especial a cadeia de comando da corrupção e demais crimes.

A investigação aponta que o esquema possuía pelo menos 23 empresários e pelo menos 20 obras foram fraudadas durante a ação do cartel. O esquema de propina envolvia pagamentos de percentuais em obras que variavam entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões.
Imprimir