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Defesa responde acusação sobre plano para matar juíza e afirma que empresário está "levando todo mundo na lábia"

Da Redação - Lázaro Thor Borges

Para o irmão e advogado do ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, Lázaro Roberto, as declarações dadas pelo investigado na Operação Castelo de Areia, Walter Magalhães Junior, foram feitas para que Walter pudesse livrar a esposa da prisão. Recentemente Walter prestou depoimento a Polícia Civil em acusa João Emanuel de planejar matar a juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.

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O acusado contou, inclusive, que o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá procurou o Comando Vermelho e que teria contatado o detendo “Sandro Louco” para concretizar o plano de matar a magistrada. Ambos, João Emanuel e Walter Magalhães, são acusados de chefiarem uma organização criminosa para a prática de crimes de estelionato.

Em entrevista ao Olhar Jurídico, Lázaro relatou que Walter quis usar o nome de seu irmão para atrair a atenção da imprensa para o ex-vereador. Segundo o advogado, Walter está “levando todo mundo na lábia”. O irmão de João Emanuel contou que tanto ele quanto o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá são vítimas do suposto estelionatário.

“Somos vítimas deste falsário. Ele disse o que disse para livrar a esposa da cadeia. O Walter se apresentava a todos como se fosse bilionário e representante de um fundo internacional, fez com que firmássemos contrato de assessoria jurídica com a empresa dele e nunca nos pagou.”, desabafou o avogado.

A defesa enviou uma petição à juíza Selma Arruda em que contra-argumenta as acusações. No documento, o advogado alega que João Emanuel se associou a empresa de fachada denominada Soy Group por que Walter Magalhães não pagou os honorários advocatícios de um contrato firmado entre eles. Na ocasião, Walter teria oferecido a vice-presidência da empresa como forma de pagamento do passivo.

Dívidas

A defesa também alega que, caso o ex-vereador tivesse recebido R$ 50 milhões como contou o acusado a polícia, as despesas que a família de João Emanuel possuem já teriam sido pagas.

“verifiquem que além de não terem recebido qualquer valor em conta corrente, também não receberam em espécie, pois se recebessem jamais estariam com tantas dividas, seja de valores pequenos como Condomínio do apartamento onde residem, da sala onde possuem escritório, o aluguel desta mesma sala, do imóvel onde reside requerente joão, telefone, tv, alimentos para o filho do requerente Lázaro, seja de valores grandes, como prestações de financiamento do imóvel onde o requerente Irênio reside, execuções judiciais que respondem, etc.”, afirma.

O caso

A operação “Castelo de Areia”, foi deflagrada pela Polícia Civil no último dia 26, a para cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva, sete buscas e apreensão e uma condução coercitiva. Entre os alvos está o ex-vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, acusado por aplicar golpes com contratos de até R$ 1 bilhão.

“Descobrimos que este grupo oferecia empréstimos a juros baixos, vendendo ‘fumaça’ para estes clientes, dizendo que os juros vinham de bancos do exterior. As vítimas acabavam acreditando, já que a empresa era bem montada. Com as buscas, descobrimos que o prejuízo pode ser imensamente maior que isto”, explicou o Stringuetta, durante entrevista coletiva concedida na data das prisões.

Além de João Emanuel, que está em prisão domiciliar, e Walter Magalhães Junior, também foram detidos o casal Shirlei Matsucka e Marcelo de Melo Costa, Lazaro Roberto Moreira Lima (condução coercitiva) e Evandro José Goulart.
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