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Notícias / Criminal

Pedro Nadaf afirma que Alan Malouf assinou contratos falsos consciente de propinas

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Em um interrogatório com ar de delação premiada, o ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf, declarou à Delegacia Fazendária de Mato Grosso (Defaz-MT), na manhã de 06 de outubro de 2016, que Alan Malouf, proprietário do Buffet Leila Malouf, sabia que propinas estavam sendo movimentadas em benefício do grupo criminoso supostamente liderado pelo ex-governador Silval Barbosa.

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As afirmações versam sobre documentos do Buffet Leila Malouf, encontrados pela Defaz quando deflagrada a quarta fase da “Operação Sodoma”. Questionado, Pedro Jamil Nadaf, já no intuito de contribuir com a Justiça, confirmou que documentos contendo os nomes de suas empresas NBC - Assessoria, Consultoria e Planejamento Ltda. com a empresa Martins de Almeida e D´Ambros Ltda. foram encontrados na sede da empresa.

Nadaf explicou “que se tratam de contratos falsos firmados tão somente para que o interrogando pudesse dar lastro financeiro ao faturamento das propinas recebidas em sua empresa NBC”.

O interrogado confirmou que esses contratos de fachada foram firmados diretamente com Alan Malouf. O ex-chefe da Casa Civil ainda garantiu que fora ele “quem procurou o proprietário do Buffet para que lhe auxiliasse na questão, quando no início de 2015 se encontrou com Alan e afirmou que necessitava emitir notas de serviços de sua empresa a fim de dar lastro em seu faturamento, tendo em vista a movimentação financeira das propinas que recebia”.

Sobre um terceiro contrato encontrado pela Defaz em posse de Pedro Nadaf, este afirma “se tratar de um contrato que foi firmado entre sua ex-namorada Geiziane Antelo e o buffet, mas que sua namorada acabou colocando o nome do interrogando, que se trata de um contrato referente a um aniversário de 15 anos de sua filha”.

Operação Sodoma 4:

Conforme exposto pela Polícia e pelo Ministério Público Estadual (MPE), as diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício de uma organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação, conforme o órgão ministerial, que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.

Após a colaboração firmada por Gabirel Gaeta, foi pedido, no processo, que sejam observados benefícios previstos na legislação. “[...] em relação aos denunciados colaboradores, considerando a relevância da colaboração e, mantendo-se durante o trâmite desta ação e nas apurações correlatas na esfera civil e administrativa, desde já requer a concessão dos benefícios previstos no artigo 4º da lei 12.850/13”, afirma o MPE.

O artigo 4º da lei 12.850/13 salienta que “o juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal”.

Outro Lado


Em nota, a assessoria de imprensa, afirma que o empresário tem interesse em esclarecer reitera que está à disposição para quaisquer esclarecimentos, confiando plenamente na Justiça.  Nega ainda qualquer vinculação a prática de lavagem de dinheiro como denunciado por Pedro Nadaf.

 Veja a íntegra da  nota:

Em relação à notícia intitulada “Pedro Nadaf afirma que Alan Malouf assinou contratos falsos consciente de propinas”, publicada nesta terça-feira (08), no site Olhar Direto, vimos a público prestar as seguintes informações:

1- A informação de que os contratos entre as empresas NBC Consultoria, Martins De Almeida & D’ambros Ltda e Marcal Costa e Cia Ltda, foram firmados para “lavar” dinheiro, conforme aponta a notícia, traz alguns equívocos;

2- Não corresponde com a verdade a afirmação de que o empresário Alan Malouf sabia que o dinheiro tomado como empréstimo com Pedro Nadaf seria oriundo de propina;

3- Os contratos foram celebrados para realização de palestras que o então secretário de estado e presidente da Fecomércio, Pedro Nadaf, também conhecido por ser palestrante, realizaria em um evento;

4- À época foram emitidas duas notas fiscais, sendo uma de R$ 7 mil e outra no valor de R$ 8 mil, para pagamento desse serviço de palestras, porém Pedro Nadaf cancelou sua participação no evento, alegando outros compromissos agendados.

5- Por algum motivo as notas não foram canceladas pelo emissor, todavia também não foram pagas, pois o serviço não foi prestado.

6- Não existe qualquer possibilidade de ter sido realizada uma contratação mensal, conforme menciona a matéria, uma vez que essas foram as únicas notas emitidas.

7- Também causa estranheza a acusação de lavagem de dinheiro no montante de R$ 1,5 milhão, para que seja devolvido apenas R$ 15 mil, o que não aconteceu.

8- Vale salientar que esse fato já foi narrado às autoridades e é de total interesse do empresário Alan Malouf que os fatos sejam esclarecidos e, por isso, reitera que continuará à disposição para quaisquer esclarecimentos, confiando plenamente na Justiça.

Atualizada às 22h30

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