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Permínio conta que foi intimidado por Guizardi dentro da cadeia para não fazer delação

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira/ Da Redação - Lucas Bólico

O ex-secretário de Educação de Mato Grosso Permínio Pinto (PSDB) contou à Juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, que dentro da cadeia foi intimidado para não fechar um acordo de delação premiada sobre as fraudes na Seduc investigadas na operação Rêmora, pelo Gaeco.

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Curiosamente, as ameaças partiram do empresário Giovani Guizardi, dono da construtora Dínamo, que posteriormente selou com a Justiça um termo de colaboração. O ex-secretário narra que em certa ocasião, quando os dois estavam presos, Guizardi lhe esperava na grade com uma folha de papel com uma notícia impressa, cujo conteúdo adiantava que o ex-secretário faria um acordo de delação premiada.

“Você não tem coragem de fazer isso. Você é moleque de fazer isso”, teria dito Giovani, segundo o relato de Permínio, em tom de ameaça. “Não faça isso”, teria completado, dizendo que havia gente fora da cadeia cuidando dos dois. Tempos depois, Giovani aceitou colaborar com a Justiça e ganhou liberdade. Permínio permanece preso.

Delação

Em sua delação, Giovani afirmou que o empresário Alan Malouf usaria o esquema de propinas na Seduc para recuperar o dinheiro investido na campanha do governador Pedro Taques (PSDB). Ele também informou que a propina era dividia em porcentagens de acordo com a importância de cada envolvido no esquema.

Em depoimento prestado na tarde desta quinta-feira (15), Permínio admitiu sua culpa, principalmente por ter sido omisso ao esquema que acontecia na pasta em que comandava, mas alegou que leu a delação de Guizardi e que nem tudo o que o empresário disse à Justiça procede.
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