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Permínio contesta pontos da delação de Guizardi, mas Gaeco vê convergência em depoimentos

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira / Da Redação - Lucas Bólico

O ex-secretário de Educação do Estado Perminio Pinto (PSDB) admitiu que tinha conhecimento do esquema de corrupção instalado na Seduc durante sua gestão. A confissão foi feita em depoimento à juiza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, nesta quarta-feira (15). Pela primeira vez, ele assumiu sua parcela de culpa, mas afirmou que leu a delação de Giovani Guizardi e encontrou meias verdades. Para o Gaeco, no entanto, as versões convergem na maioria dos pontos.

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“Pelo que eu pude sentir do depoimento, existem dois pontos principais de divergência, que no nosso conceito não muda toda a receita que é dada. A delação do Giovani, ela foi consubstanciada em provas, e eu sempre digo que delação não é prova, é meio de prova. Nós temos todo um caminho já provado e ela se sustenta, ela tem um alicerce muito firme”, avaliou o promotor Marco Aurélio, coordenador do Gaeco.

Para ele, a mudança de postura de Permínio foi uma surpresa. “Eu acredito que é um caminho que todos deveriam adotar na medida da sua culpabilidade, se errou assuma o erro e pague pelo seu erro. O que nós não podemos aceitar são condutas que visam dilapidar o patrimônio público em prol de eleições e isso ficou muito claro que aconteceu e segundo ele próprio aconteceu em todas as eleições que ele participou”.

Questionado se a mudança de postura e intenção de colaborar podem ajudar Permínio a conseguir liberdade, o promotor afirmou que isso ainda precisa ser avaliado. “Hoje ficou muito clara a participação, envolvimento de outros personagens nesse cenário criminoso e o réu responde na medida da sua culpabilidade. Então nós vamos avaliar o comportamento dele diante deste processo e as conseqüências desse comportamento. É obvio que ele tem que ter um plus a mais do que aquele que nega o obvio ou confessa de forma equivocada, me parece que das provas dos autos a confissão dele também têm alicerce”.

Novamente, nomes de autoridades com prerrogativa de foro acabaram sendo citados. “O Gaeco não pode esmiuçar a respeito de pessoas com foro, o que cabe ao Gaeco já foi feito, eu reafirmo, para evitar problemas, evitar nulidades é, havendo citação de alguém com foro, seja no STF, seja no STJ, ou em algum colegiado superior, imediatamente encaminhar os autos a quem é de direito. Nós já fizemos isso e estamos trabalhando hoje só com os fatos que envolvam pessoas sem foro”, finalizou.
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