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Notícias / Criminal

Alan Malouf presta depoimento a promotores; Gaeco está disposto a fechar delação

Da Redação - Patrícia Neves / Paulo Victor Fanaia Teixeira

O empresário Alan Malouf - tido como peça chave de um esquema de corrupção em obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) está na sede do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), comandado pelo promotor Mauro Aurélio de Castro onde presta depoimento desde o começo da tarde.

Quanto a uma possível delação de Alan, o coordenador do Gaeco afirmou que, até o momento, são especulações. "Estamos sempre dispostos a ouvir. Vai depender, exclusivamente, dele e do que vem por ai, mas por hora não existe nada". Alan Malouf foi preso na última quarta-feira, 14, após apresentar-se a magistrada Selma Arruda responsável pelo decreto de sua prisão preventiva.


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"Queremos saber sobre a participação dele. Quanto a responsabilidade que é imputada pelos outros co-réus", adiantou Marco Aurélio sobre o que conversaria com Alan Malouf, poucas horas antes de recebê-lo na sede do órgão ministerial.

Em delação premiada, o empresário Giovani Guizardi - tido como o principal operador do esquema investigado pela operação Rêmora - apontou que as negociatas tiveram início com a necessidade de pagamento de dívidas de campanha do tucano Pedro Taques ao governo de 2014, que refuta o envolvimento e afirmou ter adotado todas as medidas cabíveis de combate à corrupção quando soube da operação. Alan, que fez doações na ordem de R$ 10 milhões à campanha, é quem teria gerenciado todo o processo de fraude.

Guizardi afirmou ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), que encontra-se preso e confessou durante audiência perante à 7ª Vara Criminal na tarde de quinta-feira,15, ter ciência do esquema, mas manteve omisso.

Questionado se seria, efetivamente, R$ 10 milhões a quantia investida por Alan Malouf na campanha de Pedro Taques (marco inicial do esquema), o Gaeco não garante. "Quem fala do valor é o Guizardi. O Permínio disse um valor, mas em termos de investimento. Cabe a ele agora apresentar a versão dele. Questionaram porque tanta pressa para ouvi-lo e nós iremos oferecer a denúncia na segunda-feira. Seria inaceitável da nossa parte e incabível oferecer a denúncia sem ouvi-lo. Vamos ao oferecimento, se tudo der certo, na segunda-feira", disse Marco Aurélio, em entrevista ao Olhar Jurídico, na tarde hoje. 

Atualizada às 15h54
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