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Presidente do STF homologa as 77 delações da Odebrecht; documentação segue para PGR

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as 77 delações da Odebrecht. A documentação segue ainda hoje para a Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão decidirá em quais pontos irá solicitar investigações. O sigilo do conteúdo não foi decretado.

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A decisão sobre a homologação das delações da empresa estava a cargo do Ministro Teori Zavascki. Ele era o relator da "Operação Lava Jato". Todavia o avião que o levava para Paraty, no Rio de Janeiro, caiu no último dia 19, vitimando o magistrado.

A força-tarefa da "Lava Jato" aponta que as empresas pagavam propinas para dirigentes da Petrobras. Os valores da propina variavam entre um 1% e 3% de cada contrato ou aditivo dos contratos assinados com a estatal. Evidências apontam que pelo menos três diretores recebiam os valores ilícitos – Paulo Roberto Costa, da diretoria de Abastecimento; Nestor Cerveró, da diretoria Internacional; e Renato Duque, da diretoria de Serviços.

Paulo Roberto Costa foi o primeiro investigado a confessar seus crimes, já no ano de 2015. Ele assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Em troca, ele recebeu benefícios nas sentenças proferidas contra ele em casos derivados da Operação. Depois dele, o doleiro Alberto Youssef e executivos de empreiteiras também viraram colaboradores. O que tornou-se onda para que cada vez mais réus tornassem delatores, sendo a dos funcionários da Odebrecht o maior acordo firmado até o momento.

Delações e outros fatos coletados pelas investigações levaram a outro ponto do esquema – a corrupção de agentes políticos através do financiamento de partidos com dinheiro da propina. Os agentes políticos retribuíam os valores recebidos sustentando a nomeação e permanência nos cargos dos três diretores investigados. As informações trazidas nas 77 colaborações poderão elevar o nível das investigações, isto porque chefes de partidos e líderes do governo poderão ser atingidos pelas declarações.
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