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Depoimentos no Gaeco ensejarão nova denúncia da Rêmora, diz advogada de ex-servidor da Seduc

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

A defesa do ex-servidor da Secretaria de Educação (Seduc), Fábio Frigeri, confirmou que as oitivas com os réus da “Rêmora” ensejarão uma quarta fase na Operação. Ele foi ouvido na tarde desta segunda-feira (30) no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A advogada Michele Marie acrescentou ainda que o Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO) receberá as informações prestadas ao grupo para um procedimento envolvendo figuras com foro privilegiado. Nem Fábio Frigeri, nem membros do Gaeco quiseram falar com a imprensa.

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Michele Marie confirmou que as oitivas versam sobre supostos cheques que totalizariam R$ 260 mil entregues por Ricardo Sguarezi para o servidor, como parte de propina combinada no esquema de fraudes. Todavia, para a defesa, a acusação logo cairá por terra. “Ricardo Sguarezi apresentou em depoimento na Sétima Vara alguns cheques que teria repassado a Fábio Frigeri. Ocorre que esses cheques são nominais ao próprio Sguarezi, da empresa dele para ele próprio. Essa questão probatória é muito fácil cair por terra”, afirmou.

A defesa acrescenta que requereu ao MPE que diligências fossem feitas junto ao Banco do Brasil para que registros de saques e depósitos fossem apresentados aos investigadores, para que “se acabe com essas acusações infundadas, simplesmente para barganhar com a justiça”, declarou Marie. A advogada também nega que Fábio Frigeri tenha recebido propina no esquema. “Em nenhum momento”, insistiu.

Questionada se os promotores explicaram sobre o que, especificamente, se trata essa nova “leva” de oitivas, a advogada nega. “Não, não explicaram. Na verdade (para) fazer uma nova denúncia, já que a outra instrução processual já caiu por terra. Inclusive falei que era desnecessário, que poderiam fazer simplesmente uma economia processual, mas eles disseram que é melhor fazer uma nova denúncia em função do depoimento de Ricardo Sguarezi”, declarou.

A advogada acrescenta que membros do NACO participaram do depoimento, porém, sem apresentar qualquer pergunta sobre autoridades com foro privilegiado. “(O depoimento) vai ser encaminhado para outro procedimento sim, mas nada de relevância foi questionado sobre autoridades com foro”, disse a advogada.

Contexto:

Segundo o MPE, no suposto esquema Frigeri atuaria como assessor do ex-secretário de Educação Permínio Pinto e interlocutor do grupo criminoso. Já Guizardi era um dos empresários beneficiários das fraudes nas licitações de obras da Seduc. No acordo de delação firmado com a Justiça, o delator Giovani Guizardi envolveu nome de diversas autoridades do alto escalão político estadual, como o deputado Guilherme Malouf.

Frigeri nega participação no esquema, em depoimento prestado em dezembro do ano passado ele afirmou que não assinará acordo de delação premiada porque "não confia no Gaeco”. O ex-servidor, segundo o próprio Gaeco, pertencia ao núcleo de servidores públicos do esquema. O grupo seria o responsável pelo recebimento da propina paga por empresários do ramo da construção civil de Mato Grosso com o intuito de fraudar licitações de obras da secretaria. A investigação também aponta que o líder do "núcleo dos empresário" era Guizardi.

 
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