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Henry nega participação em fraudes da Petrobras e diz que provará inocência na Lava Jato

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

A defesa do ex-deputado Federal Pedro Henry (PP) negou veementemente a participação do político no esquema de fraudes e propinas instalado na Petrobras. O advogado Ricardo Almeida explicou ao Olhar Jurídico que aguarda intimação para iniciar sua manifestação ao juiz Sérgio Moro, da justiça Federal do Paraná. O mato-grossense foi denunciado pela “Operação Lava Jato” por ter atuado, segundo o Ministério Público Federal (MPF), entre os cabeças do suposto esquema na Estatal entre os anos de 2004 e 2014. A ação, proposta no dia 30 de março, já resultou no bloqueio de R$ 800 mil das contas de Henry.

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“A gente nem tomou ciência desta ação ainda, mas com certeza no decorrer dela, quando tivermos a possibilidade de fazermos a defesa do deputado, vai ficar comprovado que ele não tem absolutamente nenhuma participação nos eventos ali. (Não participou) de forma alguma. Não recebeu (dinheiro ilícito) e ele tem como provar isso. Ele não fazia mais parte da cúpula do PP. Ele já estava há muito tempo afastado da cúpula do partido. Então, ele não tem nenhuma responsabilidade sobre as imputações ali mencionadas”, explicou o advogado Ricardo Almeida, que conversou com Olhar Jurídico na tarde desta segunda-feira (10).

Questionado sobre o motivo de Pedro Henry ter sido denunciado no esquema. O advogado explica. “Sabe o que acontece? O ex-deputado Pedro Henry de fato, até determinado período, foi líder do partido. Realmente, tinha liderança no PP. Mas, em um determinado momento essa liderança dele no PP foi sendo afastada, de modo que quem a assumiu foi o ex-deputado José Janene”.

A defesa ainda não tem ciência de como se dará o bloqueio de R$ 800 mil das contas do político, nem mesmo sabe a razão de a acusação ter chegado a essa quantia. Também desconhece quando ele deverá ser ouvido em juízo, adiantando que ele ainda deverá ser citado na denúncia. Somente após o recebimento da intimação, ou sua citação oficial, que sua defesa será elaborada para ser levado ao juízo. “Quando ele for intimado, ele irá se defender”, concluiu Almeida.  

Além de Pedro Henry também foram acionados os ex-parlamentares Pedro Corrêa (PP-PE), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA), e dos deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), bem como João Genu, ex-assessor parlamentar do falecido deputado federal José Janene.
 
Conforme a denuncia do MPF, dois esquemas distintos envolvendo desvio de dinheiro e pagamento de propina foram detectados no seio da Petrobras. O ex-deputado mato-grossense, que já foi condenado no “esquema do mensalão”, participava de um deles.  
 
Segundo a acusação, Henry compunha um cartel de empreiteiras que fraudava licitações da petrolífera em obras importantes, superfaturando os lucros e exigindo propinas. As quantias eram lavadas por intermédio de operadores financeiros e então rateadas entre os operadores do esquema, sendo eles tanto políticos quando executivos da Petrobras.
  
Segundo o procurador Deltan Dallagnol, parlamentares federais e partidos, como o PP, PT e PMDB, obtinham, junto o governo federal, cargos importantes e determinantes para o funcionamento do esquema. Aí que entra Pedro Henry e os outros 09 denunciados. Eles compunham o esquema de liderança do PP e em contrapartida, recebiam mesadas que variavam entre R$ 30 mil e R$ 300 mil. As quantias ilícitas ainda enriqueciam o Fundo Partidário do PP e garantiam a eleições de novos membros para o esquema.
 
O montante de propina movimentado e descoberto até o momento, somente neste esquema que envolvia Pedro Henry, chega a R$ 410 milhões, o que representa 1% dos valores dos contratos. Desse montante, 60% era direcionados para o PP e seus integrantes e o restante era distribuído entre executivos e operadores financeiros.
  
Apesar destas informações, o MPF não pediu o bloqueio de bens do PP.

Esta não é a primeira vez que Pedro Henry toma os holofotes por escândalos criminosos. Em dezembro de 2013 ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do Mensalão e também teve seu nome envolvido no escândalo dos Sanguessugas. 
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