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Notícias / Criminal

Selma se mantém em ação contra João Emanuel e descarta medo por ameaça de morte

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara criminal de Cuiabá, negou pedido do ex-vereador João Emanuel Moreira Lima para afastá-la de processos. A decisão foi publicada no diário de justiça desta segunda-feira (17). Para a juíza, uma suposta ameaça de morte feita pelo ex-parlamentar não gera medo
 
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Emanuel alegou que Selma não detém imparcialidade para processar e julgar as ações penais em que o ex-vereador é réu por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A afirmação foi baseada na investigação sobre o um possível plano do político para assassinar a magistrada. Emanuel considera que a situação possa influenciar nos processos.

Para a juíza, porém, o argumento não procede. “[...] resta claro que jamais afirmei ou revelei que me sinto ameaçada e com medo, o que indicaria prejuízo e comprometimento psicológico pelo suposto atentado. Pelo contrário, conforme já afirmei [...], esse suposto atentado, além de não influir no convencimento desta magistrada, por não passar de uma mera alegação de um acusado com histórico de ser, em tese, um estelionatário, até o presente momento não restou comprovado, tratando-se de afirmação isolada”, salientou em sua decisão.
 
João Emanuel está preso em conseqüência dos fatos desdobrados da "Operação Aprendiz", no qual se busca apurar crime de lavagem de dinheiro.

Conforme os autos, o político é acusado de "ter empregado capital oriundo da prática de peculatos praticados em desfavor da Câmara Municipal de Cuiabá em vários destinos diferentes, dentre eles a aquisição de passagens para si e para terceiros para viagem particular, compra de veículo de luxo e reforma da suntuosa casa de seu ex-sogro [José Geraldo Riva]”. 

Ainda segundo o processo, o dinheiro desviado foi obtido pelo acusado graças à simulação de contratação de serviços gráficos da empresa PROPEL, que resultou em prejuízo aos cofres públicos na ordem de R$1.542.075,76.

Conforme o Ministério Público Estadual, João Emanuel, detido desde o dia 16 de setembro, também está no Centro de Custódia por um segundo mandato. A reclusão preventiva é em conseqüência da Operação Assepsia.

No caso, o ex-vereador foi acusado de corrupção ativa, por tentativa de compra de decisões judiciais, no valor de R$ 1 milhão, para que fosse colocada em liberdade uma família (Pagliuca) presa por tráfico de drogas. 

Ainda na mesma Sétima Vara comandada por Selma, o político é julgado em consequência da Operação Castelo de Areia.

No caso, conforme os autos, foram praticados golpes milionários por intermédio das empresas American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. 

Na ação, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), responsabiliza oito pessoas, por constituição de organização criminosa e estelionato. 

Foram denunciados: o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima; o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes; os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa; o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin. O processo tramita na Vara Especializada Contra o Crime Organizado da Capital.

Referidas pessoas jurídicas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam, supostamente, valor inferior ao praticado no Brasil, atraindo, assim, o interesse de investidores, agricultores e empresários.

Na Castelo de Areia, João Emanuel conseguiu prisão domiciliar ao argumentar sobre prisões preventivas.

Suposto plano de assassinato

Conforme depoimentos prestados ao Ministério Público e a Polícia Civil, João Emanuel possuía um plano, em conjunto com o Comando Vermelho, para assassinar a magistrada Selma Arruda. O caso já está sendo investigado.
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