O senador Wellington Fagundes exigiu propinas milionárias das obras da BR 364 e da MT 251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, revela o ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa. As informações estão no documento divulgado à imprensa após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, retirar, na última sexta-feira (25), o sigilo da delação premiada.
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Conta o delator que no ano de 2011, estavam sendo executadas as obras de duplicação da Rodovia MT 251 (Emanuel Pinheiro) que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, pela empresa Cavalca Construções e Mineração Ltda. Na mesma época, estava sendo construída a BR 364 até o município de Rondonópolis, pela Construtora Trimec Construções e Terraplanagem Ltda., pertencente a Walderlei Facheti Torres.
Os recursos para a execução das obras vieram do Ministério do Turismo para a Secretária de Infraestrutura do Estado de Mato Grosso (Sinfra). O repasse contou com a articulação do senador da república Wellingon Fagundes (PR).
A atuação não sairia grátis. Wellington Fagundes procurou a Trimec Construções e exigiu R$ 1 milhão em propina. “Dizia que teria que pagar no Ministério do Turismo para a liberação dos recursos”, narra Silval.
Welington pediu, ainda, para que o dono da Trimec procurasse o representante da outra empresa, a Cavalca, que realizava a obra na estrada de Chapada, para também exigir a propina. Assim teria sido acertado, Walderlei Torres captava o recurso da outra empresa e repassaria para Fagundes.
Silval diz não saber se o valor foi pago na integralidade, nem se Wellington repassou ao Ministério do Turismo parte do dinheiro, porém afirma que ouviu bastante reclamação de Walderlei, que dizia não saber que a propina estava prevista no orçamento da obra.
O outro lado:
Wellington Fagundes envia a seguinte nota:
"A delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, a rigor, não traz qualquer comprovação de ato ilícito contra o senador Wellington Fagundes. É preciso reafirmar que todas as doações recebidas pelo senador constam de sua prestação de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral".