Imprimir

Notícias / Criminal

Justiça sorteará coronéis que julgarão acusados de promover 'grampos'

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Nesta sexta-feira (26) acontece o sorteio dos quatro militares comporão o Conselho Especial de Justiça que julgará os cinco policiais militares de Mato Grosso apontados como atuantes no esquema de interceptações ilegais (“Operação Esdras”). O rito foi agendado pelo magistrado da 11ª Vara Militar de Cuiabá, Murilo Mesquita.

Responderão nesta ação: Zaqueu Barbosa; Evandro Alexandre Lesco; Ronelson Barros; Januário Batista e Gerson Correa Júnior. 

Leia mais:
Desembargadora proíbe Estado de rescindir contrato com Consórcio VLT


Este Conselho Especial de Justiça será responsável por coordenar o rito e a julgar os acusados na esfera militar. O requisito mínimo para composição da corte é que sejam militares com patentes iguais ou superiores às dos réus, todavia, como um dos cinco acusados é o Coronel, Zaqueu Barbosa, a expectativa é que sejam considerados aptos à eleição os coronéis aposentados da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT).
 
A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.
 
Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado. 

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”. O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
  
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
Imprimir