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CNJ acompanha ‘de perto’ Judiciário de Mato Grosso, afirma conselheiro

De Sinop - Alexandre Alves

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está acompanhando as ações do Poder Judiciário de Mato Grosso, principalmente em relação à lisura das decisões dos juízes e desembargadores, garantiu nesta quinta-feira, ao Olhar Direto, o conselheiro do CNJ Jorge Hélio Chaves de Oliveira.

“O CNJ está observando atentamente não só a Justiça do Estado de Mato Grosso, mas como também em outros estados de onde recebemos reclamações, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que está constantemente na mídia”, comentou.

Jorge Hélio ressaltou que acompanhou todo o processo de punição de magistrados e desembargadores na Justiça mato-grossense e, que depois do afastamento de pelo menos dez desembargadores do Tribunal de Justiça, ocorrido em junho deste ano, o CNJ continua a “mapear” o Estado.

“Eu mesmo tenho vindo várias vezes em Mato Grosso. Tenho visto com bons olhos essa virada que a Justiça de Mato Grosso está querendo mostrar à sociedade brasileira. Vejo que o Tribunal tem se comunicado melhor com a sociedade, tem ajustado pagamento de precatórios em linha cronológica, sem privilégios”, falou.

Porém, o conselheiro também analisa que a mudança será gradativa, já que o afastamento de juízes e desembargadores acusados de venda de sentenças ainda não “limpou” toda a Justiça mato-grossense. “As pessoas que praticam mau-feitos não morreram, estão por ai ainda. E é aí que o CNJ se torna muito importante”, lembrou.

O conselheiro do CNJ versou na entrevista que os problemas vividos na Justiça de Mato Grosso nos últimos anos estão ligados à formação da sociedade como um todo, onde existem corruptos em todas as esferas de Poder.

“O Mato Grosso não é fora do mundo, ele é dentro de um país, de um continente. O que acontece aqui é reproduzido em outros locais da sociedade e do mundo. Aqui e ali temos desvios de condutas, como houve em Mato Grosso, mas que são puníveis dando amplo direito de defesa”

Jorge Hélio finalizou a entrevista fazendo uma alusão do processo de “limpeza” da Justiça do Estado, que ainda não finalizou. “A república ainda está para ser proclamada em Mato Grosso”.
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