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Notícias / Criminal

Contrato entre empresa e Detran rendeu R$ 750 mil para Silval e Mauro Savi, aponta MP

Da Redação - Wesley Santiago

A investigação do Ministério Público Estadual (MP) aponta que o esquema envolvendo o contrato firmado entre a FDL Fidúcia e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) rendeu R$ 750 mil para o deputado Mauro Savi (PSB) e o ex-governador Silval Barbosa, que seriam utilizados para pagar as suas campanhas eleitorais. A empresa e o parlamentar são alvos da ‘Operação Bereré’, deflagrada nesta segunda-feira (19), pela Delegacia Fazendária (Defaz) e o Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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O ex-presidente do Detran conta que, entre julho e agosto de 2009, quando já estava à frente do órgão, foi convocado para uma reunião no gabinete de Mauro Savi, junto com Marcelo da Costa e Silva e Roque Anildo Reinheimer. Na ocasião, os dois primeiros ofereceram a execução da atividade de registro junto ao Detran dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor, dizendo que o apresentariam a uma empresa em novo encontro.
 
Na outra semana, houve reunião de ‘Dóia’ com Marcelo da Costa e Silva no escritório dele, quando foi apresentado Merison Marcos Amaro, que se colocou como representante da FDL, atualmente chamada EIG Mercados, que oferecia formular contrato administrativo com o Detran para prestar o serviço de registro de contratos junto à entidade de trânsito.
 
Marcelo da Costa e Silva teria se comprometido a repassar o valor recebido pela FDL Fidúcia, em razão do cumprimento do futuro contrato administrativo a ser formulado com o Detran equivalente a um mês de pagamento às campanhas eleitorais do deputado Mauro Savi e do então governador Silval Barbosa, promessa que, após o contrato ser assinado, teria sido cumprida pelo repasse, em espécie, do valor de R$ 750 mil para cada um.
 
Detran
 
O presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Thiago França, não descarta uma nova auditoria ou até a rescisão de contrato com a empresa EIG Mercados, investigada na ‘Operação Bereré’, deflagrada nesta segunda-feira (19), pela Delegacia Fazendária (Defaz) e o Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Mensalmente, ela recebe R$ 1,5 milhão pelos serviços prestados no órgão.
 
“Ações como esta são importantes para termos transparência na prestação do serviço público de uma forma geral. O nosso país vive um momento muito diferente. Tem menos de um mês que estou à frente do órgão, é grande, complexo, até onde sei, no início da gestão do governador Pedro Taques (PSDB), foi feito um pente fino nos contratos, tudo para evitar problemas. Se tiver que fazer uma nova auditoria, faremos”, comentou o presidente.
 
Segundo o presidente, há um repasse mensal do Detran em torno de R$ 1,5 milhão, que equivale a 50% do que a empresa arrecada. A empresa é responsável por fazer o registro dos contratos de financiamento dos veículos: “Ela funciona como se fosse um cartório, falando a grosso modo. É uma espécie de intermediário entre os bancos e Detran”.
 
Empresa
 
A EIG Mercados informa que mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos pela Polícia Civil de Mato Grosso, em sua sede, no Distrito Federal, e na residência do ex-gestor Merison Marcos Amaro, desligado da empresa em 2013, quando ela ainda se chamava FDL Serviços. Via assessoria, declarou que assim que tiver mais informações sobre os fatos em andamento, prestará todos os esclarecimentos.
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