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Notícias / Criminal

Cabo da PM pede que governador, chefes do Gaeco, advogados e delegados testemunhem na Grampolândia

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

A defesa do cabo da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT) Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior solicitou que o juiz Murilo Mesquita, da 11ª Vara, colha testemunhos do governador do Estado, Pedro Taques (PSDB), o chefe do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marcos Bulhões e o ex-chefe, Marco Aurélio de Castro. Ainda, delegados e promotores de justiça.
 
Gerson Corrêa Junior responde a esta ação penal junto aos seus superiores, os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Lesco, Ronelson Barros e Januário Batista. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE) que patrocina a acusação por meio do promotor Allan do Ó, os cinco militares teriam liderado um verdadeiro esquema criminoso de interceptações clandestinas em Mato Grosso, contra políticos, jornalistas e advogados.

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Os 14 requerimentos foram recebidos pelo magistrado nesta segunda-feira (26) e alguns ofícios já foram enviados. Outros, serão submetidos à avaliação do Conselho de Sentença Militar, na próxima audiência. 

"Com fulcro no art. 350, a, do CPPM, oficie-se ao Promotor de Justiça Arnaldo Justino da Silva e ao Governador do Estado José Pedro Taques, arrolados como testemunhas para que, caso queiram, indiquem local, dia e hora para serem inquiridos em relação à presente ação penal, ficando sugeridas as seguintes datas e horários no plenário da Justiça Militar: 02.03.2018 às 8h30, 09.03.2018 às 8h30 , 12.03.2018 às 8h30 e 16.03.2018 às 8h30", registrou o juiz.

Foram arrolados ainda os delegados da Policia Judiciária Civil (PJC) Flávio Stringuetta, Rogers Jarbas, Ana Cristina Feldner, Alana Cardoso e Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino e os advogados Fabio Galindo Silvestre e Paulo Taques. Do meio militar, serão arrolados o major da PM, Lucélio Ferreira Martins Faria França, os coronéis Antônio Ribeiro Leite e Airton Siqueira Júnior.

O pedido feito pela defesa do cabo Gerson, patrocinada pelos advogados Thiago de Abreu Ferreira e Neyman Augusto Monteiro, vão além do previsto, uma vez que o réu teria direito a apenas três testemunhas. Sobre isso, o réu alegou: “Ao permitir que a acusação arrole 14 testemunhas e determinar que a defesa se limite a apenas 03 testemunhas, contudo, operou-se a quebra da isonomia processual e causou prejuízo processual ao contraditório, mormente considerando a diversidade de fatos criminosos imputados ao acusado”.

Contexto:

A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.

Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.

Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado. 

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
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