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PF aponta divergência em assinaturas de ata de convenção que garante Medeiros no Senado

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Perícia realizada pela Polícia Federal (PF) aponta divergência na assinatura da ata da convenção que definiu a chapa que elegeu Pedro Taques (PSDB) ao Senado, em 2010. O exame grafotécnico detectou divergência na assinatura de Paulo Fiuza, segundo suplemente de Taques e sucessor de José Medeiros, atual ocupante do cargo em Brasília. 

O exame grafotécnico é uma ciência que tem por objetivo verificar a autenticidade ou a falsidade material de uma assinatura ou texto manuscrito. O laudo foi assinado pelos peritos José Roberto Riston e André Neves Campos.

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Neste estudo, a PF verificou a originalidade da assinatura de todos os signatários da “Ata de Deliberação da Coligação Mato Grosso Melhor Pra Você - PSB, PPS, PDT e PV", que patrocinou a campanha de Pedro Taques ao senado, em 2010.

A perícia concluiu pela convergência (originalidade) de quase todas as assinaturas daquela ata. Entretanto, sete delas chamaram a atenção da PF, com destaque para a do então candidato a segundo suplente: "Predomínio de divergências no lançamento questionado comparado aos padrões de Paulo Pereira Fiúza Filho”.

Divergências também foram constatadas nas rubricas dos seguintes signatários: José Marques Braga, Francisco Wagner Lopes Simplício, José Carlos Dorte, Otaviano Pivetta, Aluízio Leite Paredes e José Roberto Stopa.

Segundo o documentos, as tais "divergências" caracterizam-se por variações nas "gêneses, calibres e dinamismos (maior no padrão), na quantidade de laçadas horizontais, além de retoques e momento de parada na assinatura", o que pode indicar que elas (embora remetam ao mesmo signatário) podem ter sido feitas por pessoas distintas.  

Contexto: 

A ação, que corre na Justiça Eleitoral, sob comando do juiz Ulisses Rabaneda, foi impetrada em 2010  pelo ex-deputado Federal Carlos Abicalil (PT), terceiro colocado nas eleições ao Senado, ficando logo atrás de Pedro Taques.

Ainda em 2010, antes de Abicalil impetrar a ação, a coligação que elegeu Pedro Taques chegou a ingressar com um pedido junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) para trocar a ordem das suplências. O fato aconteceu após José Medeiros e Fiúza brigarem através da imprensa.

Em 2010, o então presidente regional do PSB, Valtenir Pereira, endossou a tese de que houve falsificação na assinatura da ata. Conforme disse ao Olhar Direto naquele ano, ele nunca teria assinado uma ata em que Paulo Fiúza fosse o segundo suplente. 

O outro lado:

Ao Olhar Jurídico, assessoria de José Medeiros (Podemos-MT) afirma que desconhece "fraude" e que apenas houve divergência na assinatura de Fiuza. O senador diz estar "tranquilo" e "confiante na justiça". Ainda, afirma que à época em que se colocou como Primeio Suplente, jamais acreditavam que Taques fosse vencer ao senado e que tão somente depois que o tucano assumiu o governo do Estado que a questão voltou à tona.

* com informações de Mídia News.
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