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Mandante da morte de personal ligou 19 vezes para executor no dia do crime; veja detalhes da fuga

Da Redação - Wesley Santiago

O empresário Guilherme Dias de Miranda, acusado de ser o mandante da morte do personal trainer, Danilo Campos, em novembro de 2017, ligou 19 vezes para Wallisson Magno de Almeida Santana, apontado como o responsável por efetuar os disparos que mataram a vítima, no dia do crime. Os dois tiveram pedidos de liberdade negados na última quarta-feira (23), pela Justiça. O crime teria sido motivado por ciúmes.

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“Segundo o relato da autoridade policial, e os documentos trazidos no caderno investigativo, com o prosseguimento nas investigações obteve-se novas informações de que Guilherme Dias de Miranda se comunicou com o número de telefone pertencente à pessoa de Walisson Magno de Almeida Santana por 19 vezes entre as 17h46min e 21h36min no dia dos fatos”, diz trecho da decisão que indeferiu o pedido de liberdade dos dois.
 
Ainda por meio desses contatos telefônicos dos envolvidos, a polícia conseguiu reconstituir o trajeto que eles fizeram minutos antes do homicídio, “de onde se conclui que ambos estavam na cena do crime, em deslocamento certamente na vigilância da vítima e esperando o momento certo para o ataque fatal”.
 
Na investigação, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou que Wallisson é “pessoa ligada diretamente a Guilherme, sendo que em busca realizada na residência de Guilherme foram encontrados documentos pessoais do mesmo e em consultas à rede social Facebook verificou-se o convívio social frequente com Guilherme e Ane Lise, de onde se evidencia fortes suspeitas de que ele seja um dos executores do crime, a mando de Guilherme”.
 
Também foram revelados detalhes de como os dois procederam as fugas, após o crime ser cometido: “Consta ainda que no dia posterior ao dos fatos o acusado Guilherme saiu de sua residência no Condomínio Rubi e dias depois escondeu seu veículo para dificultar sua localização. De igual modo, consta que Walisson não retornou à casa de Guilherme depois da ocorrência dos fatos nem para buscar sua mochila a qual continha seus documentos pessoais”.
 
Este, inclusive, foi outro motivo apontado para negar o pedido de liberdade: “Diante de todas estas considerações, entendo que o fato de os acusados possuírem residência fixa e ocupação lícita não são suficientes para suas liberdades, notadamente pelo fato de ambos terem fugido por quase três meses para outro Estado dificultando a investigação”, apontou o magistrado Flavio Miraglia.
 
O caso
 
Guilherme Dias de Miranda e Wallisson Magno de Almeida Santana responderão por homicídio duplamente qualificado (à emboscada e por motivo torpe), cujas penas preveem até 30 anos de prisão. Eles são acusados pelo Ministério Público Estadual (MPE) de assassinarem o personal trainer Danilo Campos, há exatos seis meses, 08 de novembro de 2017. O crime seria motivado por ciúme.
 
O pivô da morte do personal seria Ane Lise Hovoruski, ex-esposa de Guilherme Dias de Miranda, 35 anos. Ela teria tido um relacionamento extraconjugal com a vítima.
 
Ela chegou a ser presa em Foz do Iguaçu (PR) e trazida para Cuiabá, confessou à delegada Alana Cardoso, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ter sido obrigada a participar da execução, sendo constantemente ameaçada pelo mandante, Guilherme.
 
Por conta dos ciúmes que sentia pela companheira, Guilherme Dias de Miranda teria contratado Walisson Magno de Almeida, 27, para executar Danilo.
 
Guilherme e Walisson foram presos pela Polícia Civil de São Paulo no dia 09 de março. Os dois estavam há quatro meses foragidos e, de passagens aéreas compradas, fugiriam do país.
 
Na 12ª Vara criminal de Cuiabá ambos responderão pelo Artigo 121 do Código Penal, "§ 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe e IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido".
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