Preso preventivamente para que haja garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas (TCE-MT), Waldir Teis, justificou que destruiu documentos para proteger sua família.
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Conselheiro desceu correndo 16 andares de escada e foi filmado jogando provas no lixo
A informação foi repassada ao
Olhar Jurídico pelo advogado de Teis, Diógenes Curado. A defesa acompanhou a prisão nesta quarta-feira (1). Segundo Curado, os documentos manipulados pelo conselheiro não apontavam crimes, mas poderiam citar membros de sua família. Abalado pela operação, Teis teria agido sem pensar, por impulso.
A ordem para a prisão foi proferida pelo ministro Raul Araújo, relator da Operação Ararath no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teve como base relatório da Polícia Federal.
Em 17 de junho, cumprindo as medidas cautelares autorizadas pelo STJ, policiais federais e membros do Ministério Público estiveram em 19 endereços ligados aos investigados da Operação Ararath.
Durante as buscas no escritório do conselheiro do TCE, a Polícia Federal flagrou o investigado tentando destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques, jogando-os na lixeira do prédio, depois de descer correndo 16 andares de escada. A tentativa do conselheiro foi filmada e fotografada.
Só não houve prisão em flagrante por que, como magistrado, o conselheiro tem imunidade que restringe a possibilidade prisões quando se tratar de crimes afiançáveis.
Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques são de empresas ligadas à organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar. Os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil. Na decisão, o ministro Raul Araújo apontou indícios de materialidade e autoria dos crimes investigados e decretou a prisão preventiva do conselheiro do TCE para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e também pelo perigo gerado pelo investigado contra a elucidação dos fatos.