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Juiz determina novo laudo psiquiátrico de homem que arrancou coração da tia e mantém prisão

Da Redação - Vinicius Mendes

O juiz Anderson Candiotto, da Segunda Vara Criminal de Sorriso (a 397 km de Cuiabá), determinou a realização de um novo laudo psiquiátrico de Lumar Costa da Silva, preso acusado de matar e arrancar o coração de sua tia, Maria Zelia da Silva Cosmos, em julho de 2019. O magistrado também manteve a prisão do acusado.
 
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O Ministério Público de Mato Grosso havia pedido a nomeação de médico psiquiatra para a realização de estudo adequado, já que o laudo realizado pela médica psiquiatra forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) “não apresenta credibilidade para conclusão do diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar tipo I”.
 
Segundo o MP, não seria possível que a profissional em apenas um único atendimento, realizado no dia 26 de novembro de 2019, concluísse de forma inequívoca que Lumar era, na época dos fatos, inteiramente incapaz de entender a ilicitude dos seus atos.
 
Ao analisar o pedido o juiz citou o Manual do Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais, que estabelece que para diagnóstico de transtorno bipolar tipo I é necessário o preenchimento de critérios, podendo ser classificado como Episódio Maníaco, Episódio Hipomaníaco ou Episódio Depressivo Maior. No caso, ele entendeu que estes critérios não foram preenchidos.
 
“Diante do que dispõe o Manual do Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais, entendo que o pedido de MPE, merece acolhimento, vez que não seria possível chegar a um diagnóstico conclusivo com apenas algumas horas de atendimento, tanto que o primeiro atendimento psiquiátrico do acusado realizado pelo médico psiquiatra [...], este afirmou que ele apresenta transtornos relacionados a alucinógenos, porém ele não apresentava critérios mínimos para tal diagnostico uma vez que, de acordo com o manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos mentais –DMS V, é necessário complementar ao menos dois critérios para ser classificado com a forma mais leve do transtorno, sendo que o senhor LUMAR apresentava apenas um”.
 
Com base nisso o magistrado determinou que a Politec indique novo médico perito para realização de nova perícia médica de Lumar, que deve informar de forma clara e precisa se o acusado era, na época dos fatos, inteiramente incapaz de entender a ilicitude dos seus atos. Na mesma decisão ele também manteve a segregação cautelar de Lumar.

O caso
 

Maria Zélia da Silva Cosmos, 55 anos, foi morta e teve seu coração arrancado na noite do dia 2 de julho, no bairro Vila Bela, em Sorriso (420 quilômetros de Cuiabá). O acusado de cometer o crime é seu próprio sobrinho, Lumar Costa da Silva, 28 anos. Além disto, o suspeito ainda tentou sequestrar uma menina de sete anos, mas acabou impedido por vizinhos.
 
Segundo as informações da Polícia Militar, o jovem foi até a casa de Patrícia Cosmos, filha de Maria e disse que havia matado a vítima, arrancado o seu coração e o colocado dentro de uma sacola plástica. A vítima teve o órgão arrancado enquanto ainda respirava.
 
Depois, o acusado ainda disse para a mulher que era apaixonado pela filha de Patrícia, de apenas sete anos e que iria levá-la com ele. Um vizinho percebeu a movimentação e impediu que a menina fosse sequestrada.
 
Momentos depois, o suspeito invadiu a subestação da Energisa, que fica próximo ao Corpo de Bombeiros e jogou o veículo contra os motores. Ele acabou preso pela Polícia Militar.
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