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Operação encontrou R$ 150 mil em caixa de sapatos de Dilmar Dal Bosco, revela desembargador

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Desembargador Marcos Machado, membro da Turma de Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça (TJMT), revelou que mandado expedido na terceira fase da Operação Rota Final, que investigou fraude no sistema de transporte intermunicipal, encontrou cerca de R$ 150 mil na casa do deputado estadual Dilmar Dal Bosco (UNIÃO).

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A quantia, ainda segundo Marcos Machado, estava acondicionada em uma caixa de sapatos, no closet do quarto de Dal Bosco. Informação foi revelada durante julgamento que recebeu ação contra Dal Bosco e Pedro Satélite. (Confira a citação no vídeo ao final, no trecho 1 hora e 34 minutos).

As investigações e denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) demonstraram a suposta existência de uma Organização Criminosa, liderada pelo empresário Éder Augusto Pinheiro, dono do grupo Verde Transportes.

Segundo a peça acusatória protocolada no Tribunal de Justiça, o grupo composto por 19 pessoas tinha como principal objetivo impedir a implantação do novo Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado de Mato Grosso e, para tanto, inviabilizando a Concorrência Pública nº 01/2017, deflagrada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra).

Sem a realização do certame licitatório as empresas ligadas aos envolvidos prosseguiriam a explorar, em caráter precário, inúmeras linhas de transporte intermunicipal, mantendo, dessa forma, o domínio econômico do setor, conforma vinha ocorrendo há várias décadas e garantindo lucros exorbitantes em detrimento da adequada prestação do serviço.

A Denúncia, contendo 286 laudas, foi apresentada pelo coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal), procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, e nela são narrados crimes de Organização Criminosa, Corrupção Ativa e Passiva, Lavagem de Dinheiro, Impedimento e Perturbação à Licitação, Afastamento de Licitantes, e Crime Contra a Economia Popular.

Consta na peça acusatória que os integrantes da grêmio delituoso, dentre outras ações por eles empreendidas, compraram um Decreto Estadual que buscou prorrogar até 2031 as concessões precárias que detinham as empresas ligadas ao grupo; ofereceram e, efetivamente, concederam vantagens indevidas a Dal Bosco e Satélite, que eram Relator e Presidente da Comissão Especial de Transportes da ALMT.

Além de Dilmar Dal Bosco e Pedro Satélite, foram denunciados: Éder Augusto Pinheiro, Max Willian de Barros Lima, Júlio César Sales de Lima, Wagner Ávila do Nascimento, José Eduardo Pena, Adriano Medeiros Barbosa, Andrigo Gaspar Wiegert, Glauciane Vargas Wiegert, Silval da Cunha Barbosa, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Francisco Gomes de Andrade Lima Neto, Carla Maria Vieira de Andrade Lima, Luís Arnaldo Faria de Mello, Idmar Favaretto, Marcos Antônio Pereira, Alessandra Paiva Pinheiro e Cristiane Cordeiro Leite Geraldino.  

 
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