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Organogramas revelam funções em grupo criminoso que lavava dinheiro do CV em casas noturnas; veja núcleos

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Operação Ragnatela, deflagrada nesta quarta-feira (5) com o objetivo de desarticular núcleo do Comando Vermelho (CV) responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas cuiabanas, revelou detalhes sobre supostos membros da organização criminosa. O Olhar Direto, com base em documentos da investigação, aponta a seguir os núcleos que foram alvos.

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Liderança e operadores
 
Pessoa identificada como Joadir Alves Gonçalves, vulgo Jogador, seria a liderança, repassando os recursos investidos na aquisição de casas noturnas e realização de shows e eventos.
 
Joadir, segundo investigação, recebe o dinheiro de integrantes da parte operacional da facção, ou seja, de Joanilson de Lima Oliveira, vulgo Japão e Joao Lennon Arruda de Souza, após o recolhimento da venda de drogas.
 


Promotores de eventos
 
O investimento, em sua grande maioria em espécie, é repassado por Willian Aparecido da Costa Pereira, vulgo Gordão, para os operadores e promotores de eventos Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires, com objetivo de custearem parte dos shows no Dallas Bar e em outras casas noturnas identificadas pelas investigações.
 
Ainda conforme a investigação, para a realização de determinados shows, Rodrigo e Jardel também contam com o investimento de um grupo de promoters denominado G12 Eventos.
 
Contabilidade
 
Investigação relata ainda que após a realização dos eventos, a contabilidade é efetivada e os lucros são repartidos por Eodrigo e Kamilla Beretta Bertoni, proporcionalmente, aos investidores e idealizadores: os membros do G12 e integrantes do Comando Vermelho.
 
A repartição do dinheiro, segundo investigação, ocorre por meio de depósitos fracionados para evitar as identificações dos depositantes e origem ilícita dos valores distribuídos; há ainda utilização de empresas de fachada para ocultar as transações, como é o caso da Dom Carmindo Lava Jato e Conveniência, W A da Costa Pereira (Expresso Lava Car e/ou Complexo Beira Rio), Restaurante e Peixaria Mangueira Ltda, Dallas Bar Eireli e Strick Pub Bistro e Restaurante Ltda.

Agentes públicos
 

No tocante à operacionalização dos eventos e funcionamento das casas noturnas, investigação cita o papel desempenhado pelo vereador Paulo Henrique de Figueiredo, pelo secretário adjunto da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá, Benedito Alfredo Granja Fontes e do agente de Regulação e Fiscalização, Rodrigo Anderson de Arruda Rosa.
 
“O grupo criminoso conta com o auxílio dos agentes supracitados, os quais flexibilizam a concessão de licenças e alvarás durante a realização dos eventos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros de forma direta e indireta do grupo responsável pela promoção dos shows, ou seja, G12 EVENTOS e integrantes do Comando Vermelho”.
 
Grupo G12

Quanto ao grupo G12 Eventos, durante as investigações, através da análise dos dados telemáticos, telefônicos e diligências de campo e, principalmente, através do afastamento do sigilo bancário, foi possível identificar a grande maioria de seus integrantes. São eles:
 
1. JOADIR ALVES GONCALVES, vulgo JOGADOR ou VEIO ou JOGA;
2. WILLIAN APARECIDO DA COSTA PEREIRA, vulgo WILLIAN GORDÃO;
3. RODRIGO DE SOUZA LEAL, vulgo LEAL;
4. ELIZYO JARDEL XAVIER PIRES, vulgo JARDEL;
5. WILSON CARLOS DA COSTA, vulgo VAMPIRO;
6. RENAN DIEGO DOS SANTOS JOSETTI, vulgo RD;
7. RAFAEL PIAIA PAEL;
8. DANILO LIMA DE OLIVEIRA;
9. VINICIUS PEREIRA DA SILVA, vulgo JABÁ;
10. ANTIDIA TATIANE MOURA RIBEIRO, vulgo TATY;
11. ANA CRISTINA BRAUNA FREITAS, vulgo ANNA;
12. STHEFFANY XAVIER DE MELO SILVA, vulgo XAVIER;
13. MATHEUS ARAUJO BARBOSA, vulgo ARAÚJO;
14. EVERTON MARCELINO MUNIZ, vulgo DETONA;
15. VINICIUS BARBOZA DA SILVA, vulgo MELÃO;
16. MESTRE: Não qualificado.



Sócios
 
Ainda conforme revelado, identificou-se a participação dos sócios do grupo criminoso Clawilson Almeida Lacava, vulgo Gauchinho, e Lauriano Silva Gomes da Cruz, nas casas noturnas em que os eventos eram realizados, no intuito principal de dissimular a propriedade e verdadeira atividade das empresas de eventos.
 
Em paralelo, identificou-se outro indivíduo, de nome Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, responsável pela rentabilidade dos lucros obtidos com os shows e venda de entorpecentes, através de empréstimo a juros abusivos, bem como no fornecimento de veículos para o grupo.
 
Transferência de lideranças

 
Por fim, descortinou-se um esquema de transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de possibilitar a comunicação com os demais integrantes que estão em liberdade, o qual conta com a importante participação de Luiz Otavio Natalino, policial penal do Estado, em conluio com o ex-diretor do presídio de Carumbé, Winkler de Freitas Teles.
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