Imprimir

Notícias / Criminal

Juíza mantém prisão de feminicida que confessou ter matado a esposa na frente dos filhos para acessar celular

Da Redação - Pedro Coutinho

A juíza Janaína Cristina de Almeida manteve a prisão de José Edson Douglas Galdino do Santos, feminicida confesso que ceifou a vida da ex-companheira, Lorrane Cristiane Silva de Lima, e deixou seu cadáver decompondo ao lado de seus filhos, duas crianças, em março deste ano. José fugiu após o crime e foi detido pela polícia no Pará. Decisão foi proferida nesta terça-feira (9).

Leia mais: Em memória a Zampieri e Nery, OAB discute qualificação de homicídios contra a categoria e porte de arma a advogados

A magistrada da Vara Criminal de Diamantino, município onde o feminicídio aconteceu, anotou na decisão que manteve a prisão de José Edson diante da gravidade do crime, da sua periculosidade e porque sua liberdade acarreta riscos para a investigação criminal, para o processo penal, para a efetividade do direito penal ou para a segurança social.

Motivado por ciúmes e com intenção de desbloquear o celular da vítima, José a assassinou com golpes de faca. Ele ainda abusou sexualmente de Lorrane. Após cometer a execução, saiu da casa dela e deixou as duas crianças ao lado do cadáver, que ficou decompondo por dois dias.

Reexaminando os motivos que ensejaram na prisão do feminicida, a juíza ressaltou que o assassinato foi cometido na presença dos filhos menores, inclusive o infante de sete anos viu José agredindo sua mãe, bem como viu quando ele pegou o dedo dela para desbloquear o celular. José mandou as crianças ficarem em outro cômodo da casa.

Em seguida, após o ocorrido, ele deixou o local do crime alegando que compraria remédio, pois a vítima estava machucada e dormindo, e instruiu as crianças a não saírem de casa, pois trancaria a porta, deixando-as em uma situação de vulnerabilidade, incapazes de se defenderem dos riscos decorrentes do abandono.

Com isso, as crianças permaneceram na residência sozinhas, na presença do cadáver da mãe, por um período de aproximadamente 48 horas.

Os familiares da vítima procuraram a escola frequentada pelas crianças e constataram a ausência delas, onde a diretora escolar dirigiu-se até a residência da vítima e no local, ao conversar com uma das crianças, foi informada de que estavam trancadas, com a mãe dormindo e o “tio” tinha saído para comprar remédios.

Acionada, a polícia militar adentrou na residência e encontrou o corpo da vítima no chão, ao lado de uma faca, em um dos quartos, já em estado de decomposição, e as duas crianças em estado de choque.

Após fuga do local do crime, o denunciado ao ser localizado pelos policiais militares no estado do Pará. No seu interrogatório, confessou a autoria do feminicídio, descrevendo com riqueza de detalhes o desenrolar da ação criminosa.

“Portanto, as circunstâncias que permeiam a prática delitiva revelam a nocividade do acusado ao convívio em sociedade, recomendando o acautelamento do meio social”, anotou a magistrada.

José seria submetido a primeira audiência de instrução e julgamento nesta terça-feira (9), contudo, a sessão foi adiada por pedido da defesa. A magistrada, então, acatou o pleito e remarcou para o dia 16 de agosto.
Imprimir