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Notícias / Criminal

Advogada se irrita após promotor perguntar a amigo de Coronel sobre criação de ‘frente patriótica’ e queima de farda

Da Redação - Rodrigo Costa / Do Local - Luís Vinicius

A advogada Sarah Quinetti Pironi, que defende o Coronel do Exército Etevaldo Caçadini, acusado de intermediar a execução do advogado Roberto Zampieri, ficou irritada durante a audiência de instrução sobre o caso realizada no Fórum de Cuiabá nesta segunda-feira (22). Ela não gostou do promotor de Justiça Vinícius Gahyva Martins perguntar ao amigo de Caçadini, que prestava depoimento como testemunha de defesa, do porquê da criação de grupos da “Frente Ampla Patriótica” em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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Segundo as invetigaçõs, foi em um desses grupos que o intermediador teria conhecido a fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, de 74 anos, indiciado como o principal mandante do assassinato do advogado. Ambos teriam se conhecido no grupo "Frente Ampla Patriota", de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O homem elogiava Caçadini, dizendo que ele "botou a cara" quando resolver fazer chamamentos de grupos bolsonaristas e de direita. Nesse instante, o promotor Vinícius então perguntou se um militar, mesmo da reserva, poderia participar ativamente de atos políticos. "O militar da reserva pode ter essa militância política, ou existe vedação?"

O amigo de Caçadini disse que não poderia responder essa questão: "Não tenho essa resposta. Cabe à pessoa saber da sua prerrogativa o que pode e o que não pode. Caçadini é uma pessoa inteligente e sabe o que pode fazer".

Depois, o promotor emendou outro questionamento e perguntou se o amigo viu, por vídeo, Caçadini queimando um uniforme do Exército. O homem respondeu que não: "Não tenho conhecimento deste vídeo, não. Nunca vi".

Após a fala do amigo do Coronel, a advogada de defesa da Caçadini interrompeu a oitiva e afirmou que os questionamentos do promotor não tinham relação com o processo.  

“Excelência! Excelência! Pela ordem. Da mesma forma que o ilustre promotor de Justiça me interrompeu em várias perguntas que eu fiz, eu também vou interromper e dizer: Essa questão de queimar ou não farmando não tem nada a ver com caso. Estamos tratando de um homicídio, e não de queima de fardamento”. 

Neste grupo, ainda conforme as investigações, Aníbal teria confidenciado o desejo de matar Zampieri porque acreditava que o jurista tinha uma suposta influência no alto escalão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Com isso, perguntou ao coronel se conhecia alguém que pudesse cometer o crime.
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