Imprimir

Notícias / Criminal

Juiz aliena relógios de luxo de doleira alvo de operação por tráfico internacional

Da Redação - Pedro Coutinho

O juiz Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal Criminal da Bahia, determinou a alienação antecipada de cinco relógios de grife apreendidos com Nelma Mitsue Penasso Kodama, alvo da Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal contra grupo que promoveu o tráfico internacional de drogas entre Brasil e Portugal. A ação, desencadeada em 2022, resultou na prisão de Kodama, do ex-secretário Estadual de Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato, e do lobista Rowles Magalhães. Os três cumprem liberdade provisória.

Leia mais: 
PF pede alienação de 336 diamantes apreendidos com ex-secretário em operação contra tráfico internacional


Em março, a Polícia Federal solicitou à Justiça da Bahia que concedesse a alienação antecipada dos 336 diamantes avaliados em R$ 383 mil que foram apreendidos em poder do ex-secretário de Estado Nilton Borgato, conhecido como Índio. O juiz Fábio Ramiro anotou que requerimento para alienação das pedras preciosas de Borgato foi indeferido, e ele decidiu manter a negativa na íntegra.

Contudo, em relação aos relógios de Kodama, o juiz entendeu que a alienação antecipada é medida adequada para conservação e manutenção do processo e do material apreendido, sendo um Cartier, um Jeager-Le Coultre, Officina Del Tempo, e dois Bvlgari, avaliados em R$ 226 mil.

Requerimento feito no dia 12 de março pela Corregedoria Regional da PF à 2ª Vara Federal Criminal da Bahia foi acatado pelo juiz nesta segunda-feira (22). Os relógios alienados serão vendidos em leilão.

Em abril de 2022, a Polícia Federal (PF) revelou que o ex-secretário da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação Nilton Borges Borgato e o advogado Rowles Magalhães, que cumprem hoje prisão domiciliar, seriam possíveis responsáveis por esquema de transporte internacional de drogas. A organização criminosa já teria realizado cerca de cinco viagens com carregamento de entorpecentes. 

Ao longo das investigações, que iniciaram em fevereiro de 2021, a PF descobriu que Rowles seria um dos líderes da organização criminosa. O ex-assessor do Governo de Mato Grosso durante gestão Silva Barbosa foi preso em São Paulo, em decorrência de um mandado de prisão preventiva. Durante as buscas, os agentes encontraram artigos de luxo como relógios e bolsas, além de uma quantia em euro no imóvel do lobista.

Já o ex-secretário foi preso em seu apartamento em Cuiabá, local onde os policiais federais localizaram pedras de diamante, dólares e cerca de R$ 30 mil em espécie, que estavam escondidos embaixo do colchão. Borgato deixou o cargo no Governo do Estado para disputar as eleições daquele ano, mas foi impedido devido à sua prisão.

As investigações começaram quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador/BA para abastecimento.

Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave. A droga estava escondida em aeronave de uma empresa privada de aviação, que o advogado Rowles seria sócio.
 
A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).  
 
Imprimir