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MP se manifesta favorável para que suposto intermediário no assassinato de advogado acesse dados de celular e preste novo depoimento

Da Redação - Pedro Coutinho

O Ministério Público se manifestou favorável ao pedido feito pela defesa de Hidelerson Fialho Martins Barbosa, acusado de ter participado do assassinato do advogado Roberto Zampieri, 56 anos, para que ele preste novo depoimento na ação penal que apura a execução do jurista. Os quatro promotores de Justiça que assinaram a peça, nesta segunda-feira (26), também concordaram que os advogados de Barbosa acessem o conteúdo extraído do celular do réu Etevaldo Luiz Caçadini, coronel do Exército denunciado como sendo um dos mandantes do crime.

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Na semana passada, os advogados Neyman Augusto Monteiro e Nilton Ribeiro de Souza solicitaram à 12ª Vara Criminal de Cuiabá autorização para que Hedilerson prestasse depoimento complementar, ante a juntada do relatório Técnico de extração do celular de Caçadini.
 
O pedido foi feito após o depoimento do delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que mencionou a existência de provas relacionadas ao cliente em outro inquérito policial (IP). A defesa argumentou que deveria ter acesso a essas provas antes do prosseguimento da audiência. Contudo, o pedido foi negado, e o interrogatório do acusado foi realizado.

O relatório em questão contém dados que, supostamente, indicam a participação de Hedilerson no crime. Entre os documentos, há também uma imagem de passagem aérea que evidencia a presença do acusado em Cuiabá no período em que os envolvidos tramaram o assassinato.

Os advogados destacam que o direito à autodefesa foi prejudicado, e, por isso, solicitam que o acusado seja ouvido novamente antes da apresentação das alegações finais.

Embora Neyman e Nilton argumentem que o novo depoimento deveria ocorrer ante a anexação de novos documentos ao processo, os quais a defesa não teria tido acesso amplo e irrestrito, os promotores anotaram que, na verdade, o relatório já estava disponível à todas as partes do processo desde o início de julho.

“Portanto, quando da habilitação dos causídicos, ocorrida em 05/07/2024, o documento já estava disponível. Vale dizer: a defesa de Hedilerson teve acesso ao conteúdo do relatório de extração do celular do réu Etevaldo Luiz Caçadini antes, inclusive, de encerrada a instrução processual do presente feito, que só se deu no dia 23/07/2024”, anotaram os promotores Samuel Frungilo, Jorge Damante, Vinicius Gahyva e Marcelle Rodrigues.

Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, com pelo menos dez tiros, disparados por Antônio Gomes da Silva, o qual foi contratado por Caçadini a mando do produtor rural Aníbal Laurindo (que está sendo monitorado por tornozeleira). Hedilerson seria o responsável por estabelecer a ligação entre Antônio e os mandantes.
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