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Responsável por processo que aposentou 10 por corrupção, Perri afirma que não será tolerante

Da Redação - Laura Petraglia

 Responsável pelo processo que culminou na aposentadoria de dez magistrados mato-grossenses pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por corrupção quando ainda estava à frente da Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o desembargador Orlando Perri, que tomou posse como presidente do TJ nesta sexta-feira (1), avisa que a corrupção não será tolerada em sua gestão.

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“Nós não vamos tolerar a corrupção, como não temos tolerado. Podemos até nos orgulhar de num certo ponto, pois Mato Grosso é um dos estados que estatisticamente e proporcionalmente mais tem punido magistrados no País. Nós não toleramos desvios de conduta, muito menos quando se trata de corrupção. A Corregedoria do Tribunal de Justiça tem sido severa na apreciação de casos esporádicos desta natureza”, disse.

Segundo Perri, a corrupção é inerente ao ser humano e está presente em todas as esferas. “Não que nós não tenhamos, como tem em qualquer outra instituição ocupada por homens. A corrupção, desvios de conduta e tantos outros vícios, são inerentes à natureza humana. De modo, até que os homens se tornem mais virtuosos, o Judiciário vai enfrentar sempre esse maldito problema da corrupção”, desabafou.

O problema segundo o magistrado, é que quando se fala em corrupção no Judiciário o assunto ganha grandes proporções, por que segundo ele, o estrago vai ser sempre maior. “Evidentemente que quando se fala em corrupção no Judiciário é muito maior, porque o estrago é maior. Gera principalmente desconfianças à população que precisa acreditar na justiça pra própria segurança dela. Repito, nós não vamos tolerar a corrupção”, finalizou.

10 magistrados aposentados por corrupção:

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) puniu com a pena máxima de aposentadoria compulsória a bem do serviço público, 10 magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) envolvidos em esquema de desvio de recursos superiores a R$ 1,4 milhão.

Entre os magistrados punidos estão os ex-presidentes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadores Mariano Alonso Ribeiro Travassos e José Ferreira Leite, e o também desembargador José Tadeu Cury. Além deles, sete juízes também foram punidos pelo envolvimento no mesmo esquema de desvio de recursos para a Loja Maçônica Grande Oriente do Estado de Mato Grosso. São eles Marcelo Souza de Barros, Antônio Horácio da Silva Neto, Irênio Lima Fernandes, Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, Graciema Ribeiro de Caravellas e Maria Cristina Oliveira Simões.

O ex-corregedor geral de Justiça, atual presidente do TJMT, desembargador Orlando Perri, autor das denúncias. À época foi acusado pelas magistrados afastados de ter agido motivado por perseguição política por não ter sido atendido em solicitação de empregar no Tribunal a namorada e a manter empregada a ex-companheira e ainda ter adulterados documentos com vistas a prejudicar os investigados, enquanto ele próprio teria sido beneficiado com recursos do esquema.

Os magistrados receberam valores variados, chegando a mais de R$ 1,2 milhão para o então presidente do TJMT, José Ferreira Leite, a título de verbas atrasadas e de devoluções de Imposto de Renda, depositados diretamente na conta corrente dos magistrados, sem emissão de contracheques.
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