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Preços vão aumentar

Maggi diz que produção de fertilizantes traria resultado só depois do fim da guerra, mas defende exploração: 'subsolo não pertence aos índios'

11 Mar 2022 - 17:50

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Max Aguiar

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Maggi diz que produção de fertilizantes traria resultado só depois do fim da guerra, mas defende exploração: 'subsolo não pertence aos índios'
Diante da preocupação de produtores rurais com possível desabastecimento de fertilizantes em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia e as discussões sobre iniciar a extração de potássio na Amazônia para a produção dos adubos no Brasil, o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) argumentou que não se muda a dependência internacional ‘de um dia para o outro’. Segundo ele, a ideia de criar um programa nacional de produção é boa, mas só daria resultados daqui a quatro ou cinco anos e, até lá, a guerra provavelmente já terá acabado.


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“Todo mundo já ouviu que somos um grande consumidor, um grande importador, e vamos seguir com isso. Não temos como mudar isso de um dia para o outro. Um programa nacional de fertilizantes, como se quer fazer, ótimo, perfeito, mas é uma coisa que vai trazer resultados para daqui a quatro, cinco anos. Nesse período provavelmente a guerra já teria acabado, as coisas estarão voltando ao normal”, afirmou na última quinta-feira (10).

Em decorrência da intenção de produzir os fertilizantes em território nacional, o Congresso aprovou, também na quinta-feira (10), o requerimento de urgência para votação do projeto de lei que pretende liberar a mineração em terras indígenas no Brasil. Ao todo, a proposta foi aprovada com 279 votos a favor, 180 contra e 3 abstenções. 

Segundo Blairo, para 2022 não há risco de problemas de fornecimento. O lado ruim, no entanto, é que o fertilizante deve ficar mais caro, o que gera uma ‘reação em cadeia’ de aumento de preço nos alimentos. “Para a safra de 2024, se as coisas não normalizarem nós teremos dois problemas: preço e fornecimento. Mas ainda está um pouco longe para entrar em desespero com isso. Alguns sinais de outros lugares do mundo que têm um potencial maior de produção, principalmente de cloreto de potássio, se disponha a fazer os investimentos, esses investimentos demorariam em torno de um ano, um ano e meio para ser normalizados, e aumentar a oferta mundial. Então, assim, a gente não vai morrer. A gente vai sofrer? Vai sofrer, mas não vai morrer”, argumentou.

Maggi ainda disse que a Constituição brasileira já permite a exploração de minérios, e o que se tenta neste momento é regulamentá-la com uma nova lei. “Por muito tempo se tentou fazer isso também, não se conseguiu. Eu não gosto muito quando as coisas ficam politizadas. Nesse momento é o seguinte: existe falta de produto, os ambientalistas não querem, então se polarizou uma situação que não deveria ser. O meu entendimento é que o subsolo pertence à nação brasileira, não pertence a nenhum de nós, nem aos índios, então explorar essas riquezas, se com responsabilidade e com todo o cuidado gera riquezas para a nação brasileira e vai gerar royalties para quem está nas nossas áreas. Com cuidado, dá para fazer”, argumentou.

Atualização às 15h46 do dia 16/03/2022:

Via assessoria de imprensa, o ex-ministro Blairo Maggi enviou nota:


PL 191: “Não defendo a exploração e sim, um Plano de Governo”, diz Maggi 

De forma equivocada alguns veículos de comunicação têm divulgado que o ex-ministro da Agricultura, empresário Blairo Maggi teria defendido a exploração de minérios em terras indígenas. Em verdade, a manifestação foi pela criação de um Plano  Emergencial de Governo, a fim de garantir a produção nacional de fertilizantes uma vez que, além do Brasil importar 70% desses produtos, sendo que, 30% desse total vem da Rússia. 

“Estamos falando de uma realidade de mercado preocupante e que exige um planejamento de Governo. O que eu defendo é a criação de um *Plano *Nacional *Emergencial para aumentar a produção dos insumos e diminuir a dependência externa”, disse.

Blairo ressalta ainda que esse é um debate que acontecerá na esfera técnica, ambiental, social e política. 

“Hoje, não temos uma legislação que seja adequada para esse fim, então, é necessário partir do princípio e respeitar os ritos de audiência pública, realização de estudos técnicos, oitiva junto às comunidades indígenas, participação de toda a sociedade civil organizada e órgãos ambientais. Qualquer coisa diferente disso é temerário”, declarou Maggi.
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