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Domingo, 29 de setembro de 2024

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Frente à consolidação, TIM aposta em rede

Luca Luciani, presidente da TIM no Brasil: aposta em infraestrutura para ampliar oferta de internet nos dois principais mercados consumidores do país.Ao fechar a aquisição da Atimus...

Luca Luciani, presidente da TIM no Brasil: aposta em infraestrutura para ampliar oferta de internet nos dois principais mercados consumidores do país

Ao fechar a aquisição da Atimus, empresa de infraestrutura de telecomunicações, a TIM deu um passo que a fortalece diante da consolidação que resultou nos três grandes grupos de telefonia no país: Telefónica, Oi e América Móvil.

A compra, antecipada pelo Valor, foi anunciada na sexta-feira. A TIM vai pagar pelo ativo R$ 1,6 bilhão à Companhia Brasiliana de Energia, holding formada pela AES e a empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é de que o negócio seja concluído até o fim do ano.

Com a Atimus, a TIM assume o controle de 5,5 mil quilômetros de fibra óptica nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio. O efeito mais imediato é um reforço na capacidade de transmissão de dados até as antenas de telefonia móvel da operadora, que tem sido alvo de reclamação de seus assinantes por causa de falhas no sinal. Essa infraestrutura soma-se à da Intelig, operadora de longa distância que a TIM adquiriu em 2009.

"Esse cenário antecipa nosso planejamento de rede em pelo menos 18 meses", afirma o presidente da TIM, Luca Luciani, em entrevista ao Valor. Se não tivesse comprado a Atimus e precisasse construir essa infraestrutura de fibra óptica, esse reforço na rede só ficaria pronto na época da Copa de 2014, diz o executivo.

A estimativa da TIM é de que a Atimus gere sinergias de R$ 1 bilhão em três anos, incluindo economia de custos e geração de valor para o negócio atual.

A aquisição também abre portas para a TIM lançar novos serviços. Segundo Luciani, a operadora de celular planeja entrar no mercado de banda larga fixa no Rio e em São Paulo, com ofertas de até 100 megabits por segundo (Mbps) para o segmento residencial e de até 1 gigabit por segundo (Gbps) para o empresarial.

A rede da Atimus passa por 8 milhões de residências e mais de 500 mil empresas no Rio e em São Paulo. Nessas duas regiões, o mercado de telefonia fixa e móvel movimenta R$ 30 bilhões por ano, sendo que a parcela da TIM é de R$ 3 bilhões. "Agora, podemos alcançar uma parcela maior do segmento móvel e a Intelig pode elevar a participação no fixo", afirma Luciani.

As primeiras ofertas de banda larga fixa da TIM estão previstas para o começo de 2012, o que promete acirrar a concorrência com empresas como Telefónica, Oi, GVT e Net.

Com as aquisições da Atimus e da Intelig, a TIM ganha musculatura para competir com os grandes grupos que se formaram no país. A espanhola Telefónica, a brasileira Oi e a mexicana América Móvil (controladora da Embratel, da Claro e acionista da Net) prestam serviços de telefonia fixa, celular, banda larga e TV por assinatura - e utilizam as ofertas combinadas para garantir a fidelidade dos clientes. Só com a rede de telefonia móvel, a TIM teria dificuldades em oferecer pacotes multisserviços.

Além de diversificar seus produtos, a TIM ganha moeda de troca para negociar o acesso à infraestrutura de outras operadoras. No setor de telecomunicações, é comum uma empresa alugar a rede da outra em localidades onde não tem cobertura suficiente para atender os consumidores.

De acordo com Luciani, a TIM poderá trocar infraestrutura com outras operadoras, oferecendo a elas a fibra óptica da Atimus e recebendo em troca o acesso aos circuitos de rede que chegam a residências e edifícios comerciais. A ideia é chegar com essa infraestrutura até os prédios e, da porta para dentro, distribuir o sinal de telefonia e internet por meio de celular, rádio ou outra tecnologia.

O executivo avalia que não terá dificuldades para entabular negociações com as concorrentes. "As operadoras estão competindo mais, por um lado, mas estão compartilhando mais sua infraestrutura, por outro", observa.

Para o analista Luís Fernando Azevedo, do Bradesco, o preço pago pela Atimus parece elevado perante o desempenho atual da empresa, que teve receita de R$ 56,4 milhões e lucro líquido de R$ 18,3 milhões no primeiro trimestre. Porém, ele avalia que a capacidade ociosa da rede permitirá ganhos futuros para a TIM. "A empresa poderá explorar a receita de banda larga fixa, que não existe hoje", diz.

As negociações entre a TIM e a holding Brasiliana estenderam-se desde o início do ano. A Atimus despertou o interesse de todas as grandes operadoras. "Foi um processo muito disputado, com propostas agressivas", disse a jornalistas, na sexta-feira, o presidente da AES no Brasil, Britaldo Soares.

Foi a primeira compra da TIM após o anúncio de sua migração para o Novo Mercado da BM&F Bovespa, mas a companhia não precisará acessar a bolsa para financiar a transação. A operadora vai usar recursos do próprio caixa.

Luciani afirma que a TIM está disposta a fazer novas aquisições. "Se houver ativos em outras localidades, temos interesse", diz.

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