“Sem recuo”. Essa tem sido a frase que mais de 80% dos professores de Mato Grosso têm pronunciado nos últimos dias quando o assunto é a negociação com o Estado. Nesta terça-feira (15), data em que se comemora o dia dos professores, os educadores não têm o que comemorar. As salas de aula estão vazias e os docentes contabilizam 65 dias de greve, demonstrando que não pretendem abrir mão da proposta de dobrar o salário em sete anos e da aplicação dos 35% constitucionais na educação.
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Porém, em contrapartida o governador já deu vários indícios de que não pretende atender integralmente o clamor dos educadores, e, igualmente permanece firme em sua postura. A última proposta do governo do Estado sugere um reajuste de 100% em até dez anos, com início em 2014.
O impasse já gerou confronto de professores com a Polícia Militar e prisões. Na última segunda-feira (14), a Secopa é que foi o alvo da manifestação. “Em um estado que cresce economicamente acima da média nacional, a educação pública tem que ser prioridade”, alegam os grevistas.
Gerosina Miranda Mendes Quadros tem 40 anos de idadee passou os últimos 20 deles em salas de aula. Pedagoga, ela leciona para a educação básica e declara que “dar aulas no estado é fazer milagre”. A educadora lamenta a falta de investimento e gerência dos recursos destinados para o ensino público e lamenta a desvalorização da carreira.
“Os três primeiros anos na escola são os mais importantes na vida do aluno, é quando ele é alfabetizado, mas nós não temos recursos para lecionar, se quisermos fazer algo um pouco mais diferente, por exemplo, temos que tirar do nosso bolso para comprar, pois não podemos pedir nada de material aos alunos”, conta.
Diante desta queixa, pedidos de melhoria e da irredutividade do governo do Estado, a qualidade no ensino continua baixa e as escolas com problemas em sua infraestrutura.