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Domingo, 29 de setembro de 2024

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combate a dengue

Vereadores de Cáceres reconhecem esforço da prefeitura

Foto: Reprodução

Vereadores de Cáceres reconhecem esforço da prefeitura
Aproximadamente duzentas pessoas acompanharam na noite desta segunda-feia, 16, uma audiência publica realizada na Câmara de Vereadores que debateu a situação da dengue em Cáceres.


Durante uma hora e meia, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Arlene Alcântara, apresentou dados e expôs as ações que o município vem realizando para prevenir e combater a dengue.

Trabalhando há 12 anos na VISA, Alcântara se mostrou surpresa e preocupada com a velocidade e agressividade com que a doença chegou à cidade. Ela relatou que desde o inicio do ano vem acompanhando e notando um comportamento atípico da doença, que passou de endêmica no primeiro semestre, para um quadro de quase epidemia.

De acordo com a coordenadora da Vigilância, pesquisas realizadas por autoridades de saúde do Estado, atribuíram o aumento súbito de casos, a reintrodução do Sorotipo 2, vírus que provoca as formas mais agressivas da doença, como a dengue hemorrágica.

Apresentando dados coletados entre os meses de março e setembro, Arlene Alcântara mostrou que os níveis de infestação neste período não chegavam a um por cento, porém com a antecipação do período chuvoso, surpreendentemente, ele ultrapassou a marca de 4%, e chegou próximo a níveis considerados como epidêmicos. “De uma semana para outra, saltamos de 100, para 300 casos”, explicou acrescentando que no acumulado do ano já são mais de 1.600 casos, sendo 40 graves. Destes, 20 são de dengue hemorrágica. O único óbito registrado foi o da professora Greice Aparecida do Nascimento, 27, ocorrido no domingo, 15.

A coordenadora da Vigilância afirmou ainda que em situações como a que está ocorrendo em Cáceres, o Ministério da Saúde, orienta para a intensificação das ações preventivas e reforço na assistência. Com relação à assistência, ele disse que na rede municipal há médicos e profissionais de saúde comprometidos, porém há um grupo que não está engajado. “Em alguns PSFs e no Pronto Atendimento há pessoas que não estão medindo esforços, porém existem outras que não demonstram empenho”, pontuou.

Além da situação atípica, Arlene atribui os altos índices de infestação a falta de comprometimento de parte da população. “De nada adianta o município fazer a sua parte se a população não colabora”, argumentou lembrando que desde o inicio do ano estão sendo realizados mutirões de limpeza, palestras de conscientização, campanhas publicitárias e visitas dos agentes de saúde, mas mesmo assim, as residências hoje concentram 70% dos focos de mosquito da dengue”, revelou.

Com relação ao enfrentamento da doença, a previsão é de que a epidemia seja debelada nos próximos trintas dias. “Vamos promover a nebulização espacial e intensificar os mutirões com a participação da sociedade organizada. Acredito que com essas ações, em trinta dias já teremos a redução dos casos”, previu lembrando mais uma vez que a ação só terá êxito se a comunidade se conscientizar e fizer a sua parte.

As ações da prefeitura foram reforçadas pelo secretário de Saúde, Luiz Landim. Ele disse que a Vigilância e todos profissionais de saúde do município estão engajados na prevenção e no combate a dengue, mas afirmou que existem alguns profissionais, sobre tudo médicos, que não estão atuando com como deveriam.

Landim fez questão de afirmar que o maior problema da Saúde em Cáceres são os médicos. “Desafio quem quiser a verificar o nosso estoque de medicamentos. Posso garantir que o nosso maior problema é a falta de comprometimento de alguns profissionais”, disparou informando que teve oportunidade de levar o promotor Andre Luis de Almeida ao PAM para comprovar sua afirmação.

O vereador Leomar Motta, reconheceu esforço da prefeitura no combate a dengue. O presidente da Câmara, que lidera o grupo de oposição ao atual administração, elogiou o trabalho da Vigilância e destacou o empenho do secretário Luiz Landim que tem se mostrado atento a todos os problemas. Leomar, porém, não economizou criticas a parte dos médicos que trabalham na saúde do município. Para ele, a população tem sido mal tratada quando procura as unidades de saúde, em particular o Pronto Atendimento. “Temos que reconhecer que este é um problema que já vem de outras administrações. Não posso ser irresponsável e culpar a gestão atual pela situação”, explicou.

O presidente da Câmara aproveitou para agradecer a prefeitura o reparo da ambulância que atende o Distrito de Vila Aparecida. “Em nome da comunidade gostaria de agradecer a administração. Faço isso de consciência tranqüila, porque faço uma política diferente. Critico quando é necessário, mas também sei reconhecer um trabalho bem feito”. disparou.

Ainda com relação à situação da dengue, Leomar Mota disse que ao mesmo tempo em que ficou apavorado com os dados apresentados pela coordenadora da Vigilância, sentiu-se aliviado porque sabe da competição da equipe liderada por Luiz Landim e Arlene Alcântara.

O atendimento médico no PAM também foi alvo das criticas do vereador Usias Pereira. Ele disse que pessoalmente já constatou a falta de comprometimento de alguns médicos. O vereador também elogiou o trabalho da Vigilância no combate a dengue.

Já o vereador Josias Modesto, sugeriu que futuramente os mutirões comecem mais cedo e que Vigilância intensifique as palestras de conscientização nos bairro mais afastados do centro da cidade. Ele aproveitou para elogiar a qualidade do trabalho que vem sendo realizado pela Secretaria de Obras, especialmente na recuperação de ruas do Bairro Jardim Imperial. Modesto disse ainda que enquanto não houver uma vacina, o melhor remédio é a prevenção.

Por sua vez o vereador Élson Pires cobrou engajamento de todos independente de questões políticas. Ele sugeriu que a Câmara utilize sua mídia para campanhas de conscientização. Pires disse que fará a mesma sugestão ao CDL. O vereador apelou para o engajamento dos profissionais de saúde, sociedade organizada e a imprensa. “A responsabilidade pelo combate a dengue não é só do município”, ressaltou, aproveitando para propor uma audiência publica para discutir especificamente o atendimento dos médicos do município.

O vereador Celso Fanaia também cobrou o comprometimento da imprensa e disse que mesmo que ela seja comprometida com grupos políticos opostos a atual administração, elas precisam cumprir o seu papel social de levar informação verdadeira. Fanaia lembrou que cinco dos dez vereadores contraíram dengue recentemente.

Em ralação a este assunto o vereador Cabo Nilson Pereira foi mais enfático. Disse que “as pessoas da imprensa que não puderem ajudar não atrapalhem”. Ele também criticou o atendimento médico do PAM e disse que as pessoas, sobre tudo as mais humildes, têm que ser bem atendidas.

Em seu pronunciamento a vereadora Lucia Gonçalves defendeu o trabalho da prefeitura e disse que não adianta o esforço se a comunidade na fizer a sua parte. Ela disse que acompanha o trabalho da Vigilância de perto por isso não tem duvida de que ele vem sendo realizado de forma correta.

O vereador Alonso Batista, que requereu a audiência, também defendeu o trabalho da Vigilância. Ele cobrou o comprometimento da população e o engajamento de todos os setores para realização de ações para conter a epidemia. Alonso propôs que a Comissão de Saúde da Câmara investigue supostas negligencias de médicos que atendem no PAM e nos PSFs.

Já o promotor de justiça, André Luis de Almeida, que participou da audiência, também fez questão se manifestar. Ele disse que apesar de estar morando em Cáceres há três meses é testemunha do trabalho da Vigilância. Disse que sua residência no Bairro Cavalhada já foi visitada várias vezes pelos agentes de saúde a procura de criadouros do mosquito da dengue.

O promotor disse que o momento não é de criticas e sim de união de todos os setores. Ele prometeu agir com rigor, inclusive convocando a Policia Militar, para ter acesso a imóveis inabitados que ofereçam risco à população.

Em sua participação nas discussões, o líder comunitário do Jardim Cidade Nova, Izaias Bezerra, parabenizou as ações da Vigilância e sugeriu que o Ministério Publico investigue uma possível omissão de médicos. Ele pediu que as pessoas denunciem o mau atendimento nas unidades de saúde.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Neuzo Antônio de Oliveira, criticou a postura de setores da imprensa que estão pregando o terror em ralação a questão da dengue. Ele afirmou que a imprensa critica é necessária no regime democrático, mas ela precisa também ser responsável e cumprir o seu papel.

Já Cipriano da Silva, morador do bairro Jardim Padre Paulo, criticou a politização do problema da dengue. Para ele, este não é o momento para eleger culpados.

O vice-prefeito Wilson Kishi, participou do debate afirmando que a vida está acima de qualquer coisa. Ele cobrou o envolvimento da imprensa, mesmo as que não são sérias, no seu entendimento. Kishi destacou a seriedade e o comprometimento da atual administração e citou como exemplo a abertura de uma sindicância para apurar suposta negligencia médica ocorrida no PAM. Com relação à dengue, o vice-prefeito afirmou que a sua pasta, a secretaria de Obras, desde o inicio do ano, tem contribuído com a Vigilância nos mutirões de limpeza.
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